Diogo Marques relata cegueira após consumir bebida com metanol

No início de setembro, Diogo Marques de Sousa, 23 anos, ficou internado no Hospital do Grajaú, em São Paulo, após consumir bebida alcoólica adulterada com metanol. Ele relatou ter acordado sem enxergar e entrou em desespero. Três pessoas morreram no estado devido à intoxicação por metanol, e outros seis casos estão sendo investigados. O grupo de amigos de Diogo adquiriu as bebidas em uma adega, que foi alvo de apreensão pela polícia. A origem da contaminação ainda não foi esclarecida, e o proprietário da adega deve apresentar as filmagens e comprovantes de compra.

Diogo Marques, de 23 anos, passou três dias internado após ingerir bebida adulterada com metanol, relatando sintomas de cegueira.

No início do mês, Diogo Marques de Sousa, 23 anos, ficou três dias internado no Hospital do Grajaú, na zona sul de São Paulo, após ingerir bebida alcoólica adulterada com metanol. Ele relata que chegou a ter sintomas de cegueira, mas recuperou a visão. “Eu não estava enxergando assim que acordei. Tudo escuro. E uma dor de cabeça muito forte. Entrei em desespero porque eu estava sozinho em casa”, contou ao Estadão. Diogo estava no mesmo grupo do jovem de 27 anos que está em coma desde o dia 1° de setembro, internado no Hospital São Luiz, em Osasco.

“Aos poucos, minha vista foi de escura para ficando embaçada. Aí aproveitei o momento para tomar dipirona, tomei bastante água e comi uma melancia. Estava com muita sede. Sempre tomando água. Eu fui para o hospital porque soube que o Rafael estava mal. Fiquei três dias internado”, explicou. Ao menos três pessoas morreram no Estado de São Paulo, em setembro, vítimas de intoxicação por metanol, informou o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado. Os óbitos foram registrados na capital e na cidade de São Bernardo do Campo, na região metropolitana.

Contexto da intoxicação

Ainda conforme o órgão, que pertence à Secretaria da Saúde, outros seis casos foram confirmados desde junho em território paulista e, atualmente, 10 pacientes são investigados por possível contaminação pela mesma substância. O grupo de amigos de Diogo comprou as bebidas em uma adega conhecida. A polícia apreendeu garrafas de gin no local e as encaminhou para perícia. “E o gin era de uma marca muito boa, não era barato. Meu amigo gastou cerca de R$ 400”, disse Diogo.

No dia 2 de setembro, a tia de uma das vítimas compareceu à 48ª Delegacia de Polícia, em Cidade Dutra e relatou que o sobrinho havia recebido diagnóstico de intoxicação por metanol. Ela estava acompanhada da mãe de uma jovem de 25 anos, que apresentava o mesmo diagnóstico. O consumo teria ocorrido na casa dele, na madrugada de 31 de agosto, logo após o jovem ter adquirido a bebida no estabelecimento chamado Empório Santos, em um pacote promocional que incluía gin, gelo de água de coco e energético.

Consequências e investigações

Cinco pessoas que participavam da confraternização, com idades entre 23 e 27 anos, teriam consumido a bebida. O caso mais grave foi o do estudante de 27 anos, que havia ingerido a bebida pura, segundo testemunhas. Os demais convidados misturaram o gin às outras bebidas. Depois de acordar, ele reportou fortes dores abdominais, vômitos e, mais tarde, começou a gritar que estava cego. O jovem apresentou quadro de consciência rebaixada e precisou receber ventilação mecânica no hospital para respirar. A polícia recolheu duas garrafas de gin que estavam na casa dessa vítima. Outras 14 garrafas foram apreendidas na Adega Santos, estabelecimento onde os parentes relataram que a bebida havia sido comprada.

Os representantes do estabelecimento afirmaram à polícia que o grupo de amigos é conhecido no local, pois sempre ingerem grande quantidade de bebida alcoólica. Os funcionários afirmaram que o rapaz já apresentava sinais de embriaguez e que pode ter ingerido bebidas alcoólicas junto em outros estabelecimentos. De acordo com o depoimento, o dono da adega está em viagem pelo interior de São Paulo e disse que, quando retornar, irá disponibilizar as filmagens e as notas fiscais/comprovante de compra.

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