Democratas e republicanos estão em um impasse no Congresso dos Estados Unidos. Com a necessidade de aprovar o Orçamento do país até o fim desta terça-feira (30), a falta de consenso pode resultar em um shutdown, paralisando serviços federais e impactando centenas de milhares de trabalhadores. Serviços essenciais continuarão, mas muitos funcionários podem não ser pagos até que a situação seja resolvida. O presidente Donald Trump e líderes do Congresso discutem a situação, mas as divergências permanecem grandes.
Em meio a um embate no Congresso dos EUA, o governo Trump pode entrar em shutdown. Entenda as possíveis consequências dessa paralisação.
Risco de shutdown nos EUA
Democratas e republicanos travam um embate no Congresso dos Estados Unidos que pode paralisar diversos serviços federais. Os legisladores precisam votar até o fim desta terça-feira (30) o Orçamento do país para o ano fiscal de 2026, iniciado em outubro. Caso o pacote de gastos não receba aprovação, departamentos e órgãos do governo devem entrar em shutdown por não contarem com a definição de um financiamento para seguirem operando.
Impactos da paralisação
Uma paralisação total pode impactar centenas de milhares de funcionários públicos norte-americanos e acrescentar incertezas à economia dos EUA. Serviços considerados essenciais, como os de proteção à vida e às propriedades, devem seguir em atividade normalmente. Outros departamentos devem apresentar um plano de contingência que detalhe quantos funcionários e quais operações permanecem ativas durante a paralisação.
O Departamento de Estado dos EUA deve contar com menos da metade de seus contratados diretos até uma solução, segundo documento obtido pela CNN Internacional. O serviço de emissão de passaportes e vistos seguirá em operação. Já a Receita Federal norte-americana anunciou que todos seus 74,5 mil funcionários continuarão a trabalhar normalmente se a máquina pública parar. Contudo, a maior parte dos trabalhadores que seguirem em seus postos não deve ser remunerada até que o impasse seja resolvido.
Consequências econômicas
Companhias aéreas dos Estados Unidos também alertaram que uma paralisação parcial do governo pode prejudicar o setor e atrasar voos. A Casa Branca alertou as agências federais para prepararem planos de demissão em massa em caso de shutdown, o que tem preocupado trabalhadores federais. Outros impactos econômicos também devem ser sentidos com o shutdown, episódio já conhecido por Donald Trump. A paralisação de cinco semanas ocorrida durante seu primeiro mandato, na virada para o ano fiscal de 2019, levou a um prejuízo de US$ 3 bilhões no crescimento econômico, segundo estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso.
Relatórios e incertezas
Além disso, o Departamento de Trabalho norte-americano informou que terá a divulgação do relatório mensal de empregos de setembro suspensa. A previsão é de que os dados sejam revelados na sexta-feira (3), mas com a paralisação, o mercado de trabalho já questionado pode enfrentar ainda mais incerteza. Os números são referencial importante para o Federal Reserve decidir sobre a política monetária dos EUA e possíveis novos cortes nos juros, e sem eles, o Banco Central do país pode ter ainda mais dificuldade para definir os rumos das taxas.
Os democratas e republicanos devem continuar discussões durante esta terça, mas o vice-presidente JD Vance já admite a possibilidade de paralisação. O líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, falou após reunião com o presidente Donald Trump e citou “diferenças muito grandes” nas exigências entre as partes. Já o presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que Trump estava agindo “de boa fé” durante as discussões, ao pedir uma resolução contínua. Líderes do Partido Republicano devem votar uma extensão de sete semanas no financiamento para evitar a paralisação.