A cidade-Estado abriga a corrida noturna desde 2008, sendo palco de momentos marcantes
Singapura se destaca como um dos destinos mais fascinantes da Fórmula 1, combinando tradição e modernidade em um circuito desafiador.
Singapura é um dos destinos mais fascinantes do calendário da Fórmula 1. A cidade-Estado no sudeste asiático, localizada em uma ilha estrategicamente posicionada entre o Oceano Índico e o Pacífico, se transformou em poucas décadas em um dos centros financeiros e tecnológicos mais importantes do mundo.
Um espetáculo noturno
Cosmopolita e multicultural, com influências chinesas, malaias, indianas e ocidentais, a metrópole reúne tradição e modernidade em cada esquina: dos templos antigos às torres futuristas do Marina Bay Sands, passando pela rica gastronomia e pela vibrante vida noturna. Para a Fórmula 1, Singapura entrou para a história em 2008 ao sediar a primeira corrida noturna da categoria. Desde então, o GP tornou-se um ícone do calendário, não apenas pelo espetáculo visual proporcionado pela iluminação artificial, mas também pelo desafio técnico e físico imposto aos pilotos.
O desafiador circuito de Marina Bay
O circuito urbano de Marina Bay tem 5,063 km e 19 curvas, com características que testam ao limite a resistência dos competidores: calor, umidade extrema e um traçado que exige máxima concentração durante mais de duas horas de corrida. É um dos GPs mais longos da temporada, onde os erros raramente são perdoados devido à proximidade constante dos muros. O cenário da corrida é impressionante. O traçado corta o coração da cidade, passando por pontos turísticos como o Marina Bay Sands, o hotel que se tornou símbolo da modernidade de Singapura, e a Singapore Flyer, uma das maiores rodas-gigantes do mundo. À noite, o reflexo das luzes na baía cria uma atmosfera única, transformando o evento em um espetáculo esportivo e cultural, assistido por milhares de fãs no local e milhões ao redor do planeta.
Polêmicas e histórias marcantes
O GP de Singapura também tem importância estratégica para o campeonato. Por suas características peculiares, muitas vezes baralha as previsões e já foi palco de corridas históricas e polêmicas. O maior exemplo é o famoso “Crashgate”, em 2008. Naquele ano, a Renault foi acusada de ordenar que Nelson Piquet Jr. provocasse um acidente propositalmente, causando a entrada do safety car e beneficiando estrategicamente seu companheiro de equipe, Fernando Alonso, que acabaria vencendo a corrida. O escândalo só veio à tona no ano seguinte, em 2009, e teve desdobramentos profundos. Flavio Briatore, então chefe da Renault, e Pat Symonds, diretor técnico, foram suspensos da Fórmula 1 após a investigação da FIA confirmar a manipulação. Piquet Jr. colaborou com as investigações, garantindo imunidade, mas sua carreira na categoria nunca mais se recuperou. Alonso, que alegou não ter conhecimento do plano, manteve a vitória, mas a polêmica marcou para sempre a história de Marina Bay.
Desafios e prestígio
Desde então, Singapura se consolidou como um circuito de grandes histórias: além das polêmicas, foi palco de momentos marcantes como a quebra de hegemonias, surpresas estratégicas e até abandonos coletivos. Vencer em Marina Bay é considerado um feito especial, tanto pelo prestígio de superar um dos desafios mais exigentes da Fórmula 1 quanto pela aura que envolve o GP mais glamouroso do Oriente.