FIDCs atraem investidores de varejo: volume investido salta 51%

Bruno Lage. Foto: Guilherme Pupo

O interesse de investidores de varejo por FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) registrou crescimento expressivo no primeiro semestre de 2025. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)mostram que o montante movimentado nessas carteiras saltou 51%, atingindo R$ 35,2 bilhões em aplicações de pessoas físicas.

Os FIDCs são fundos que adquirem recebíveis (como duplicatas, faturas, boletos), antecipando ativos financeiros que empresas têm a receber. Para o investidor individual, oferecem vantagens como diversificação —já que não dependem apenas das oscilações de mercado de ações ou da renda fixa tradicional —, retorno compatível quando bem estruturados, e exposição a segmentos mais ligados à economia real.

Segundo Bruno Lage, sócio fundador da Catálise, a maior gestora independente de FIDCs do Sul do Brasil, “abrir espaço para investidores de varejo nos FIDCs é democratizar o acesso a uma alternativa que historicamente era restrita a investidores institucionais”. Ele considera a alta como uma resposta ao momento econômico, em que juros elevados e crédito bancário mais caro tornam esses fundos uma opção atraente.” Para ele, isso vai ao encontro do objetivo da Catálise, que é democratizar o crédito no Brasil.

Tendência

As cifras da Anbima reforçam esse movimento. O volume total investido por pessoas físicas em todos os produtos financeiros alcançou R$ 7,9 trilhões no semestre, com crescimento de 6,8% em comparação ao segundo semestre de 2024. Dentro desse montante, os FIDCs apareceram como destaque: alta de 51% para R$ 35,2 bilhões.

Além do crescimento recente, há sinais de que essa tendência deve se consolidar: regulamentos que ampliam o acesso de pequenos investidores, maior oferta de fundos com lastro diversificado e estrutura transparente e governança para garantir mais segurança.

Lage explica que, para quem busca diversificação de carteira, os FIDCs têm se mostrado uma alternativa relevante, especialmente quando combinados com outros ativos, como renda fixa, títulos isentos de impostos (LCI/LCA/CRI/CRA), e opções de crédito privado, contribuindo para diluir riscos sem renunciar ao retorno.

A Catálise passou a operar FIDCs voltados para pessoas físicas no ano passado. A iniciativa foi viabilizada pela Resolução CVM 175, de 2023, que ampliou o acesso desse tipo de investimento ao público de varejo, oferecendo novas oportunidades de rentabilidade e diversificação.

“Este é um momento de atenção para o investidor de varejo: com as condições macroeconômicas e regulatórias favoráveis, os FIDCs se consolidam como uma porta de entrada para novos perfis no mercado financeiro”, considera Lage.

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