Tecnologia da Nasa avança com transmissão a laser
A Nasa concluiu o teste de comunicações espaciais com a sonda Psyche, que enviou dados a 350 milhões de km da Terra.
Em 30 de setembro de 2025, a Nasa concluiu um marco na história das comunicações espaciais ao receber a última mensagem da sonda Psyche, a uma distância de 350 milhões de quilômetros. A sonda encerrou com sucesso os testes da tecnologia de Comunicações Ópticas no Espaço Profundo, chamada de DSOC. O experimento, iniciado em 2023, demonstrou a capacidade de transmitir grandes volumes de dados com alta velocidade, mesmo em regiões distantes do Sistema Solar.
Durante dois anos de operação, a Psyche enviou 65 sinais a laser e transmitiu 13,6 terabytes de informações, incluindo um vídeo em ultra-alta definição. Este feito estabelece um novo padrão para o envio de dados no espaço, com velocidades comparáveis às de uma conexão doméstica de banda larga, segundo a agência.
Avanços e desafios da nova tecnologia
Atualmente, as naves espaciais utilizam ondas de rádio para se comunicar, uma tecnologia confiável, mas limitada em velocidade e capacidade. O DSOC representa um avanço significativo ao empregar feixes de luz infravermelha, que podem transportar muito mais informação. O desafio principal reside na precisão: os lasers devem ser direcionados com extrema exatidão para alcançar os receptores na Terra.
Apesar das dificuldades, o sistema demonstrou eficiência. Em uma das transmissões, realizada a mais de 30 milhões de quilômetros, a taxa de envio alcançou 267 megabits por segundo. Embora a velocidade diminua com o aumento da distância, a qualidade dos dados recebidos foi mantida.
Futuro da sonda Psyche
Com o encerramento da fase de testes, a Psyche seguirá em direção ao cinturão de asteroides, onde deverá estudar um corpo celeste rico em metais. A partir deste momento, a sonda utilizará comunicações por rádio para enviar informações científicas. Para a Nasa, o sucesso do DSOC abre novas possibilidades de contato com missões em Marte e além. “A tecnologia desbloqueia descobertas e nos aproxima da Era de Ouro da exploração”, afirmou Sean Duffy, administrador interino da agência, em comunicado.
A expectativa é que, com sistemas baseados em laser, seja possível transmitir vídeos em alta definição e grandes quantidades de dados científicos diretamente de futuras missões tripuladas a Marte.