Governo discute recorrer ao Judiciário após decisão do TCU sobre meta fiscal

Insegurança fiscal aumenta com aviso sobre irregularidades

Após decisão do TCU sobre meta fiscal, governo fala em recorrer ao Judiciário para evitar impactos na política fiscal.

Na última segunda-feira (30), a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) afirmou que a decisão do TCU, considerada ilegal pelo governo, pode levar a uma ação judicial. A insegurança gerada pela determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a meta fiscal fez com que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considerasse acioná-lo judicialmente. A Advocacia-Geral da União (AGU) planeja recorrer da decisão, o que suspenderia sua aplicação até que o tema seja analisado definitivamente.

Contexto da decisão do TCU

O TCU declarou irregular seguir o piso da meta fiscal em vez do centro, o que gerou preocupação entre os técnicos da equipe econômica. A decisão implica que, mesmo com o efeito suspensivo do recurso, os gestores públicos não podem praticar atos que contrariem a determinação, sob risco de penalizações futuras. Essa situação tem gerado um debate interno sobre a necessidade de revisar a meta fiscal e o alcance do efeito suspensivo da decisão.

Implicações da meta fiscal

A meta estabelecida para 2025 é um déficit zero, com uma margem de tolerância que permite um déficit de até R$ 31 bilhões. Contudo, o governo já prevê um déficit de R$ 30,2 bilhões, o que está dentro da margem. Se a decisão do TCU prevalecer, será necessário buscar R$ 30 bilhões em receitas adicionais ou realizar cortes de despesas equivalentes. Além disso, em 2026, a decisão pode impactar em R$ 34 bilhões, dificultando a condução da política fiscal em ano eleitoral.

Ações do governo em resposta

O governo está articulando com o relator da LDO de 2026, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), para incluir uma autorização clara para seguir o piso da meta fiscal. Essa estratégia visa evitar surpresas que poderiam prejudicar a execução orçamentária. Durante um almoço entre Lula e os presidentes da Câmara e do Senado, o assunto foi discutido, evidenciando a preocupação do governo em reverter a posição do TCU.

A decisão do TCU não só gerou insegurança no governo, mas também levantou questões sobre a condução da política fiscal e as estratégias que podem ser adotadas para evitar problemas futuros.

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