A política interna e o papel das Forças Armadas nos EUA
Em discurso a oficiais-generais, Trump promove lealdade ideológica e politização das Forças Armadas.
Na terça-feira (30), em Washington, Donald Trump fez um discurso para centenas de oficiais-generais, no qual exigiu lealdade ideológica e descreveu os EUA como um país “sob invasão por dentro, não diferente de um inimigo interno”. Este evento, convocado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, gerou preocupações sobre a politização das Forças Armadas.
Números e indicadores do caso
- O discurso ocorreu em um contexto onde Trump continua a fortalecer sua imagem pública, com iniciativas como a criptomoeda $TRUMP, que arrecadou mais de US$ 350 milhões (R$ 1,8 bilhão), e o “Trump Gold Card”, um visto que custaria US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões).
- Historiadores militares, como Bret Devereaux, apontam que a reunião marca um momento de ruptura na tradição civil-militar, que historicamente manteve um acordo de não interferência entre política e militares.
Implicações e reações
O evento foi visto como um sinal de que a relação civil-militar nos EUA está se deteriorando. Críticos alertam para o risco de uma crescente politização das Forças Armadas, o que pode comprometer a neutralidade histórica das instituições militares. A presença obrigatória dos oficiais também levanta questões sobre a liberdade de expressão dentro das Forças Armadas.
Contexto histórico
Essa situação remete a episódios passados em que presidentes americanos, como Harry S. Truman, reforçaram a primazia civil sobre os militares. O discurso de Trump, portanto, não apenas amplia seu culto à personalidade, mas também pode instaurar um novo paradigma na política americana, semelhante ao que foi observado em regimes autoritários em outros países.
O futuro da relação civil-militar nos Estados Unidos permanece incerto, e muitos aguardam para ver se será possível restaurar a antiga dinâmica que prevaleceu por décadas.