Investigações estão em andamento em São Paulo
Autoridades investigam contaminações por metanol em bebidas, com seis mortes registradas.
Em 1º de outubro de 2025, autoridades de São Paulo investigam seis mortes possivelmente ligadas ao consumo de bebidas contaminadas com metanol. Até o momento, foram registrados 22 casos de suspeita de intoxicação, com cinco confirmados e 17 ainda em análise. Embora os casos até agora estejam relacionados a bebidas destiladas, a preocupação se estende a vinhos e cervejas, pois o metanol pode aparecer em quantidades pequenas durante o processo de fermentação.
Níveis de metanol na legislação brasileira
A legislação brasileira permite que vinhos tintos contenham até 400 mg por litro de metanol, enquanto vinhos brancos e rosados têm um limite de 300 mg por litro. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a concentração de metanol na cerveja varia entre 6 e 27 mg por litro, níveis considerados seguros. Nos destilados, a concentração pode atingir até 220 mg por litro, levando a um maior risco de intoxicação.
Riscos da adulteração de bebidas
O maior perigo não vem da formação natural do metanol, mas sim da adulteração intencional das bebidas, prática criminosa que ocorre quando metanol é adicionado para aumentar o teor alcoólico de produtos de baixa qualidade. Não há métodos caseiros seguros para detectar a presença da substância; alterações de sabor ou odor são indicadores, mas nem sempre perceptíveis. A recomendação é adquirir somente bebidas regulamentadas e de fabricantes reconhecidos.
Efeitos do metanol no organismo
O metanol é uma substância altamente tóxica e, quando ingerido, se transforma em formaldeído e ácido fórmico, que podem causar danos graves ao sistema nervoso e à visão. Especialistas alertam que o ácido fórmico pode levar à asfixia celular, prejudicando a oxigenação das células, especialmente do nervo óptico e da retina, o que pode resultar em perda de visão. A situação é preocupante e requer atenção redobrada dos consumidores.