Reflexões sobre a relação entre autores e jornalistas
Autores veteranos da Globo sempre trabalharam junto com a imprensa, criando expectativa e discussão sobre suas novelas.
Os grandes novelistas da Globo sempre souberam da importância de ter os jornalistas que cobrem a área como parceiros. A relação próxima entre autores e a imprensa, especialmente nos tempos de Manoel Carlos e Silvio de Abreu, ajudou a criar expectativa e discussões sobre as tramas. No entanto, a política de segredo adotada atualmente pela emissora tem afastado esse elo, prejudicando a interação com o público.
O contraste com os dias atuais
Recentemente, a Globo adotou uma postura de blindagem em relação às suas novelas, ameaçando funcionários e colaboradores que vazassem informações. Essa mudança impacta diretamente o interesse do público, já que o suspense não se constrói apenas pelo segredo, mas também pela provocação e pela conversa que se espalha antes da cena ir ao ar. Essa nova abordagem tem gerado clima de medo entre fontes tradicionais da imprensa.
O ensinamento dos veteranos
Os veteranos sabiam que a novela não se faz apenas para ser assistida; ela se faz para ser comentada. A interação com a imprensa sempre foi uma aliada no sucesso das novelas. Ao tratar jornalistas como ameaças, a Globo corre o risco de matar não apenas os spoilers, mas também a magia que tornava as novelas um fenômeno cultural no Brasil. A história mostra que a troca de informações e a construção de expectativa são essenciais para o sucesso e a relevância das novelas na sociedade.
Conclusão
Em um cenário onde a comunicação é cada vez mais essencial, a Globo precisa repensar sua relação com a imprensa. O silêncio e o medo não são aliados na construção de histórias que cativam o público. A interação, a troca de ideias e a discussão são fundamentais para que as novelas continuem a ser um evento cultural relevante.


