Investigação revela esquema de corrupção entre agentes

Sete policiais rodoviários foram afastados por suspeitas de extorsão em fiscalizações no Paraná. Investigação começou em março de 2025.

Sete policiais rodoviários estaduais foram afastados das funções operacionais após serem investigados por suspeita de extorquir motoristas e exigir pagamentos via Pix para liberar veículos durante fiscalizações no Paraná. A operação foi deflagrada nesta segunda-feira (6) pelo Núcleo de Ponta Grossa do Gaeco, com apoio da Corregedoria da Polícia Militar.

Números e mandados de busca

Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em residências e postos da Polícia Rodoviária Estadual nas cidades de Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Arapoti, Wenceslau Braz e Siqueira Campos. As medidas foram determinadas pela Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual, que também ordenou o bloqueio de contas bancárias dos investigados.

Início das investigações

As investigações começaram em março de 2025, após o 4º Comando Regional da Polícia Militar receber denúncias de caminhoneiros e outros motoristas que relataram terem sido vítimas de extorsão por parte de policiais rodoviários na região de Piraí do Sul. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), a apuração apontou a existência de uma estrutura organizada de corrupção e lavagem de dinheiro, que envolvia não apenas os agentes públicos, mas também empresas e civis.

Práticas ilícitas

Durante as abordagens, os policiais supostamente exigiam vantagens indevidas sob diversos pretextos, muitas vezes sem qualquer amparo legal, e só liberavam os veículos após o pagamento, realizado em dinheiro ou transferido via Pix para contas de terceiros usadas como “laranjas”. O Gaeco informou que já foram identificados quase 100 motoristas que teriam feito pagamentos exigidos pelos policiais. Parte das vítimas já foi ouvida, e o caso segue sob investigação para apurar o envolvimento de outros possíveis participantes do esquema.