Investigação revela esquema de propinas via Pix envolvendo motoristas
Dez policiais rodoviários foram afastados no Paraná por suspeitas de corrupção e extorsão de motoristas.
Nesta terça-feira (7), dez policiais militares rodoviários do Paraná foram afastados sob suspeita de integrarem uma ‘estrutura sofisticada de corrupção e lavagem de dinheiro’, afetando pelo menos cem motoristas que circulam pelas rodovias do estado. O ex-comandante do posto da Polícia Rodoviária de Guarapuava, a 250 quilômetros de Curitiba, foi preso, e todos os envolvidos são suspeitos de cobrarem propinas via Pix.
Números e indicadores do caso
A investigação, conduzida pelos Núcleos de Guarapuava e Ponta Grossa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), resultou na deflagração da segunda fase da Operação Rota 466 e da Operação Via Pix. Durante a ação, foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão, além de três mandados de busca pessoal e um de prisão. As operações abrangeram cidades como Guarapuava, Imbituva e Ponta Grossa.
Entre os crimes identificados, estão concussão, corrupção passiva e lavagem de ativos, com os policiais exigindo propinas de motoristas flagrados em infrações de trânsito. Até agosto de 2025, o esquema teria gerado cerca de R$ 140 mil em pagamentos ilegais via Pix, que eram direcionados a contas de empresas e civis.
A operação em detalhes
No decorrer das buscas, evidências de outros três policiais militares envolvidos foram encontradas, aumentando o número de agentes afastados. O ex-comandante do posto de Guarapuava, preso preventivamente na operação, já havia sido alvo de ações anteriores do Gaeco, e a Promotoria afirma que ele tentou atrapalhar as investigações.
Conclusão
Os motoristas que relataram extorsões foram fundamentais para o início das investigações, com o Ministério Público recebendo informações em março de 2025. O caso destaca a necessidade de um acompanhamento rigoroso das práticas policiais e da integridade nas forças de segurança do Paraná.