Operação da Polícia Federal revela a estrutura de um grupo familiar em Patos (PB)
Uma operação da Polícia Federal revelou um esquema que vendia vagas em concursos públicos por até R$ 500 mil em Patos (PB).
Uma operação da Polícia Federal (PF) revelou um esquema de fraudes em concursos públicos que funcionava como uma empresa familiar, com sede em Patos (PB), cobrando até R$ 500 mil por vaga. O grupo utilizava tecnologia de ponta para burlar sistemas de segurança, incluindo dublês e comunicação em tempo real com candidatos. A Operação Última Fase, deflagrada na última quinta-feira (2), cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em quatro estados.
Estrutura do grupo e suas práticas
O esquema operava há mais de dez anos, envolvendo corrupção de fiscais, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro por meio de imóveis, veículos e até clínicas odontológicas. Liderado por Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar expulso em 2021, o grupo contava com familiares que desempenhavam funções específicas, como recrutamento e repasse de respostas. Entre eles, a sobrinha Larissa de Oliveira Neves, aprovada no Concurso Nacional Unificado (CNU), servia como “vitrine” para atrair novos clientes.
Movimentações financeiras e investigações
A PF identificou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados. Em um caso, a cunhada de Wanderlan depositou R$ 419 mil em espécie sem vínculo formal de trabalho. Os pagamentos eram disfarçados em transações imobiliárias e de veículos, utilizando laranjas e contratos fictícios. Conversas interceptadas revelaram discussões sobre estratégias para aplicar o golpe no CNU, que foi adiado devido a enchentes no Rio Grande do Sul.
Ações e consequências
Três pessoas foram presas preventivamente — duas em Recife e uma em Patos. As investigações seguem em andamento, com a PF e o Ministério Público Federal rastreando fluxos financeiros e possíveis vínculos com servidores públicos. O juiz Manuel Maia de Vasconcelos Neto, da Justiça Federal da Paraíba, destacou que a quadrilha atuava com divisão de tarefas e cobrava cerca de R$ 300 mil por vaga. Autoridades ainda investigam possíveis ligações de intermediários e profissionais de saúde no suporte logístico ao esquema.