Colapso da coalizão no Japão gera instabilidade nos mercados

Novo cenário político traz desafios para o governo e afeta o iene

A recente desintegração da coalizão governamental no Japão impacta diretamente os mercados e a nova liderança do PLD.

Colapso da coalizão no Japão

A coalizão que sustentava o governo do Japão desmoronou nesta sexta-feira (6), resultando em um golpe significativo para a nova líder do Partido Liberal Democrata (PLD), Sanae Takaichi, e provocando instabilidade nos mercados financeiros. O fim dessa aliança, que garantiu estabilidade política por mais de 25 anos, cria um cenário desafiador para Takaichi, que ainda busca assegurar sua posição como primeira-ministra.

Negociações sem acordo

As conversas entre Takaichi e Tetsuo Saito, líder do Komeito, não resultaram em um consenso, deixando a nova dirigente do PLD em uma situação delicada. Embora Takaichi tenha manifestado o desejo de continuar o diálogo, Saito declarou que o Komeito não apoiará os candidatos do PLD, encerrando a cooperação.

Impacto nos mercados financeiros

O caos político levou à oscilação do iene, que inicialmente se fortaleceu e depois perdeu força, operando em torno de 152,68 por dólar ao fim da tarde. Este cenário coloca pressão sobre o Banco do Japão, que pode enfrentar dificuldades para elevar os juros, especialmente se a cotação do iene se aproximar de 160 por dólar, um nível crítico que já levou a intervenções do governo.

Desafios para o governo

Takaichi agora tenta manter um governo minoritário, enfrentando desafios para aprovar orçamentos e projetos relevantes. O colapso ocorre em um momento crucial, com cúpulas diplomáticas programadas e a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à frente. A incerteza política pode levar a uma queda do índice Nikkei após o feriado prolongado, conforme analistas preveem uma reação negativa dos investidores estrangeiros.

Possíveis novos aliados

Diante da fragilidade da situação, Takaichi pode buscar alianças com partidos opositores, como o Partido Democrático do Japão e o Partido da Inovação do Japão, que já colaboraram em votações recentes. Contudo, a formação de uma nova maioria antes da votação parlamentar que definirá o próximo premiê, marcada para breve, é considerada improvável.

PUBLICIDADE

Relacionadas: