Destituição de Dina Boluarte marca novo capítulo político no Peru

A primeira mulher presidente do país deixa o cargo após polêmicas e crises.

Dina Boluarte foi destituída da presidência do Peru em meio a uma crise política e protestos.

Dina Boluarte, de 63 anos, foi destituída da presidência do Peru em 9 de outubro de 2025, após um período marcado por crises e polêmicas; as principais forças políticas do Parlamento alegaram “incapacidade moral permanente” para que ela seguisse no cargo. A primeira mulher a assumir a presidência, em dezembro de 2022, prometeu combater a corrupção e restaurar a estabilidade em um país que atravessa uma profunda crise política.

Contexto da destituição

A saída de Boluarte reflete a instabilidade política que assola o Peru, onde seis presidentes já ocuparam o cargo nos últimos sete anos. A desaprovação pública de sua gestão atingiu 93%, segundo a pesquisa da Datum Internacional, evidenciando o descontentamento generalizado da população com sua administração e a situação do país.

A trajetória política

Natural de Chalhuanca, em uma região predominantemente indígena, Boluarte fez carreira na advocacia antes de entrar na política. Em 2021, foi eleita vice-presidente na chapa de Pedro Castillo, atuando como ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social. Prometeu reformas, mas sua administração foi marcada por controvérsias e protestos, principalmente após o massacre de 17 civis em um protesto em 2023.

Crises e investigações

Boluarte está sob investigação do Ministério Público por supostos crimes de genocídio e homicídio qualificado relacionados à repressão de protestos. Apesar das acusações graves, ela se mostrou firme em seu compromisso com o Peru e enfrentou os manifestantes com declarações polêmicas, chamando-os de “terroristas” e insinuando a presença de forças estrangeiras no país.

Futuro político

Com a convocação de novas eleições gerais para abril de 2026, a expectativa é que a instabilidade política continue a desafiar a governança no Peru. A saída de Boluarte pode abrir espaço para uma nova fase na política peruana, mas a divisão e a desconfiança permanecem profundas entre os cidadãos.

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