Estudo destaca a necessidade de melhorias no atendimento às condições do sistema nervoso
Um novo relatório da OMS aponta que 42% da população mundial sofre de condições neurológicas, resultando em 11,8 milhões de mortes anualmente.
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta terça-feira (3), revela que 42% da população mundial, o equivalente a 3,4 bilhões de pessoas, vive com condições que afetam o cérebro. Além disso, essas condições são responsáveis por 11,8 milhões de mortes anualmente em todo o mundo.
Impacto das condições neurológicas
Segundo Jeremy Farrar, diretor-assistente geral da OMS, é crucial melhorar o atendimento a essas condições. O relatório destaca que 49,6% da população da Europa e 48,1% das Américas são afetadas. O estudo utilizou dados do Estudo Carga Global de Doenças (GBD) de 2021 e considerou 37 diagnósticos, incluindo Alzheimer, TDAH, epilepsia e malária cerebral.
Desigualdade no acesso ao tratamento
A OMS aponta que apenas 53% dos Estados-Membros participaram do estudo, evidenciando a atenção limitada dada à neurologia pelos países. Além disso, apenas 32% têm políticas nacionais focadas nos diagnósticos neurológicos, e 25% incluem esses distúrbios na cobertura de saúde universal. Em países de baixa renda, há até 82 vezes menos neurologistas por 100 mil pessoas em comparação com países de alta renda.
Necessidade de ação governamental
A OMS pede aos governos que tornem os distúrbios neurológicos uma prioridade política, promovendo o acesso ao cuidado neurológico e fortalecendo os sistemas de saúde. O relatório também destaca a situação dos cuidadores, onde apenas 46 dos 194 Estados-Membros oferecem serviços de apoio. No Brasil, 86% dos cuidadores são mulheres, que dedicam em média 10 horas diárias ao cuidado, muitas vezes sem apoio financeiro.