Medida visa fechar contas da estatal em 2025 e 2026
Correios buscam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas em 2025 e 2026, com apoio do governo.
A nova direção dos Correios pediu ajuda ao governo para obter um empréstimo bancário de cerca de R$ 20 bilhões a fim de fechar as contas em 2025 e 2026. O valor corresponde a quase todo o faturamento anual da empresa, que foi de R$ 18,9 bilhões em 2024. Segundo interlocutores da estatal, as negociações em torno do financiamento estão sendo conduzidas pelo Tesouro Nacional com um sindicato de bancos, envolvendo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e instituições privadas.
Detalhes das negociações
Os detalhes das operações deverão ser anunciados pela empresa nesta semana. Não está descartado algum tipo de aporte do governo, contudo essa alternativa enfrenta resistência da equipe econômica. O Tesouro Nacional estuda entrar como avalista do empréstimo, mas a estatal precisaria cumprir requisitos como a execução de um plano de reestruturação e a regularização de passivos em atraso.
Situação financeira crítica
Os Correios fecharam o primeiro semestre deste ano com um prejuízo de R$ 7 bilhões e um patrimônio negativo de R$ 8,7 bilhões. O passivo acumulado relativo a benefícios a empregados chegou a R$ 4,2 bilhões, enquanto dívidas com encargos trabalhistas estão entre os principais problemas financeiros. O ex-presidente da estatal atribuiu a piora na situação à cobrança de imposto nas compras internacionais e ao fim do monopólio em aeroportos.
Necessidade de reestruturação
O aumento do gasto com pessoal também é um dos principais problemas. No primeiro semestre deste ano, as despesas subiram R$ 477 milhões, totalizando R$ 5,608 bilhões. Especialistas alertam que, sem uma melhoria na gestão, a situação financeira dos Correios pode se agravar ainda mais. A necessidade de um aporte financeiro é urgente, mas sem mudanças efetivas, a eficácia do empréstimo é questionável.