Mudanças nas preferências setoriais refletem cautela dos investidores diante do cenário econômico
Investidores mantêm otimismo em relação ao Brasil, mas mudam foco para setores financeiros e defensivos.
O Bradesco BBI notou uma ligeira melhora no sentimento dos investidores latino-americanos em relação ao terceiro trimestre. Eles estão overweight no Brasil, buscando aumentar a exposição ao risco e mantendo baixos níveis de caixa. Apesar do otimismo em relação ao real, o posicionamento mudou de empresas sensíveis à taxa de juros para empresas financeiras e defensivas, enquanto investidores estrangeiros demonstram cautela em relação às small caps.
Mudanças nas preferências setoriais
Analistas mantêm a recomendação de compra para ações após a venda de participação na estatal Eletronuclear por R$ 535 milhões. A ação da companhia mineira já subiu mais de 70% no ano, aumentando as chances de privatização. O relatório também aponta uma lacuna significativa entre os investimentos de estrangeiros e locais, com os primeiros focando em Nu (BDR: ROXO34) e Mercado Livre (BDR: MELI34), e administrando carteiras mais concentradas.
Setores promissores e riscos
Os investidores locais, por outro lado, concentram-se em Itaú (ITUB4) e diversificam suas carteiras. O Bradesco destaca que ambos os grupos parecem evitar ações de commodities. Entre as ações de grande capitalização, Bradesco (BBDC4), Eletrobras (ELET3) e Sabesp (SBSP3) se destacam, enquanto Prio (PRIO3), Qualicorp (QUAL3) e Tenda (TEND3) são notados entre as de média e pequena capitalização.
Expectativas econômicas
A expectativa de redução dos juros é o maior catalisador percebido, embora o primeiro corte da Selic tenha sido adiado para o 1T26. A economia se mantém resiliente, enquanto o Banco Central adota uma postura hawkish. As esperanças de que o ciclo eleitoral de 2026 impulsionaria o mercado diminuíram, apesar de previsões de vitória do governo incumbente terem aumentado. A política fiscal é considerada o maior risco, seguida pelo ambiente global.