Economista aponta aumento persistente das despesas e impacto na dívida pública
Schwartsman critica a falta de cortes de gastos e o aumento contínuo das despesas públicas.
Na terça-feira (21), durante uma entrevista ao CNN Money, o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, expressou sua preocupação com a ausência de cortes de gastos por parte do governo federal. Ele afirmou que, ao contrário das promessas feitas, “a expansão das despesas é persistente”.
Crescimento das despesas públicas
Schwartsman destacou que o gasto público em relação ao PIB aumentou de 40,9% em 2010 para 47,2% em 2025. Entre os principais fatores desse crescimento estão os benefícios sociais, que passaram de 12,3% do PIB para 15,6%. Ele alertou que essa situação traz consequências sérias, como a elevação da dívida pública, que atualmente está em 77,5% do PIB, e o aumento das taxas de juros, que estão em 15% ao ano.
Impactos na economia
O economista ressaltou que a falta de cortes de gastos e a contínua expansão das despesas estão impactando negativamente o orçamento, restringindo espaço para investimentos. Os investimentos caíram de 2,8% do PIB para 2%. Além disso, o aumento do gasto com juros, que passou de 7,1% para 8,9% do PIB, reforça a pressão sobre as contas públicas.
Análise de medidas propostas
Schwartsman comentou um pacote enviado pelo governo ao Congresso no final de 2024, que incluía medidas para controlar gastos, mas segundo ele, não houve uma implementação efetiva. O pacote visava ajustar a concessão de benefícios sociais e modificar a correção do salário mínimo, mas até agora, as promessas não se concretizaram.
Conclusão
Em suma, a análise de Schwartsman levanta preocupações sobre a trajetória fiscal do Brasil e a necessidade urgente de reformas que reflitam um compromisso real com o controle de gastos e a sustentabilidade econômica.