MP do Rio vai recorrer de absolvição no caso do incêndio no Ninho do Urubu

Decisão do Tribunal de Justiça absolveu sete réus envolvidos na tragédia que matou 10 jogadores da base do Flamengo

MP do Rio anunciou que irá recorrer da absolvição dos réus envolvidos no incêndio do Ninho do Urubu.

Após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro absolver, nesta terça (22), os sete réus envolvidos na tragédia do Ninho do Urubu, que matou 10 jogadores da base do Flamengo, o Ministério Público explicou o porquê irá recorrer da decisão. A Promotoria esclarece que em suas alegações finais, apresentadas em 106 páginas, demonstraram de forma detalhada, com base em laudos técnicos, documentos oficiais e depoimentos de testemunhas, que a tragédia foi consequência de falhas estruturais e administrativas amplamente conhecidas e ignoradas pelos responsáveis pela gestão do centro de treinamento do Flamengo.

Detalhes da decisão

O MP destacou que as alegações ministeriais descreveram um conjunto minucioso de provas que demonstraram a existência de alojamentos irregulares, construídos sem autorização e em desacordo com normas de segurança e prevenção de incêndio. A Promotoria reforçou que havia previsibilidade do risco, configurando o elemento central da culpa. Os réus, que enfrentam acusações de “incêndio culposo qualificado” e “lesão corporal grave”, incluem ex-diretores e engenheiros do Flamengo.

Reação das famílias

As famílias das dez vítimas repudiaram a decisão da 36ª Vara Criminal do TJRJ pela absolvição dos réus. A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) se manifestou, afirmando que seguirá “em busca de justiça”. O MP informou que recorrerá da decisão por meio de apelação ao Tribunal de Justiça, contestando a alegação de que não havia provas suficientes que ligassem os réus ao incêndio.

Próximos passos

A Promotoria de Justiça reafirma a consistência técnica da denúncia oferecida à Justiça e suas conclusões, rechaçando interpretações que minimizem a gravidade dos fatos ou a robustez das provas produzidas. O caso continua a ser acompanhado de perto pelas famílias das vítimas e pela mídia, à medida que novas informações surgem.

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