Psicopedagoga explica a importância do brincar e dá dicas práticas de atividades para crianças de até 10 anos
Brincar é muito mais do que se divertir — é um dos caminhos mais eficazes para o aprendizado e o desenvolvimento integral da criança. Pesquisas da American Academy of Pediatrics apontam que o ato de brincar estimula áreas do cérebro ligadas à linguagem, coordenação motora e resolução de problemas. Já estudo da University of Cambridge mostra que crianças que brincam regularmente apresentam melhor desempenho cognitivo, equilíbrio emocional e habilidades sociais mais desenvolvidas.
Para a fundadora da UniDanitê e criadora do BrincaLab, a psicopedagoga Daniele Lacerda Poploski, o brincar é uma linguagem própria da infância e deve ser estimulado de forma livre, criativa e respeitosa. “Cada brincadeira tem um propósito oculto por trás da diversão. Quando uma criança empilha blocos, brinca de faz de conta ou participa de uma oficina de arte, ela está desenvolvendo competências cognitivas e emocionais fundamentais para o futuro”, explica.
Com mais de uma década de experiência em desenvolvimento infantil, Daniele compartilha dicas de brincadeiras que favorecem o crescimento saudável das crianças em diferentes fases da infância:
De 1 a 3 anos – Descobrir o corpo e o mundo
Nessa fase, as brincadeiras devem explorar os sentidos, o movimento e o vínculo com o adulto. Atividades com água, massinha, blocos grandes, música e dança são excelentes para trabalhar coordenação motora e linguagem. “O brincar sensorial é essencial. Deixe a criança experimentar texturas, sons e movimentos, sempre com segurança e liberdade”, orienta Daniele.
De 4 a 6 anos – Imaginar e criar
Com o avanço da linguagem e da imaginação, o faz de conta ganha destaque. Casinhas, super-heróis, fantasias e oficinas de arte ajudam a desenvolver empatia, criatividade e pensamento simbólico. “Ao brincar de ser médico, professora ou cientista, a criança aprende a se colocar no lugar do outro e a resolver problemas de forma criativa”, comenta.
De 7 a 10 anos – Cooperar e desenvolver estratégias
As brincadeiras em grupo, jogos de tabuleiro e desafios motores passam a ser excelentes aliados para o raciocínio lógico e o controle emocional. “É o momento de aprender sobre regras, paciência e cooperação. Jogos de equipe e desafios lógicos ajudam a fortalecer essas habilidades”, afirma a psicopedagoga.
Uma pesquisa publicada na revista Frontiers in Psychology (A Brain Motivated to Play, 2017) demonstrou que a brincadeira ativa circuitos cerebrais relacionados ao prazer, à motivação e à aprendizagem, fortalecendo conexões neurais que apoiam a atenção e o raciocínio.
Brincar com propósito: quando a diversão também ensina
A proposta de brincar com propósito também se reflete nas festas infantis promovidas pela UniDanitê, que realiza eventos com oficinas direcionadas para cada idade. As atividades vão muito além da diversão: são pensadas para estimular habilidades cognitivas e emocionais.
Entre as opções estão oficinas criativas de slime, bijuterias, culinária, robótica e artes visuais, além dos camarins temáticos de pintura facial, cabelo maluco, spa e esmaltação de unhas. “Cada experiência é planejada com base no perfil da criança. Queremos que ela se divirta, mas também que se sinta confiante, capaz e acolhida”, explica Daniele. Ao longo de 13 anos, a marca consolidou uma equipe multidisciplinar e mais de 40 oficinas autorais, sempre com foco no desenvolvimento infantil e na valorização do brincar.
Inspirada em toda essa trajetória, Daniele deu vida ao UniDanitê BrincaLab, o primeiro espaço físico da marca, inaugurado em outubro no Pátio Batel, em Curitiba. O local funciona como um verdadeiro laboratório de experiências, com oficinas diárias e atividades no contraturno escolar. “O BrincaLab nasceu do desejo de unir ciência, afeto e diversão. Cada experiência foi pensada para que a criança aprenda brincando, fortalecendo vínculos e se desenvolvendo de forma integral”, finaliza Daniele.
