Preços da carne bovina nos EUA disparam. Planos de Trump podem reduzi-los?

Mike Callicrate

A alta nos preços da carne bovina gera preocupações entre pecuaristas e promete impactar a economia.

Preços da carne bovina nos EUA disparam

Os preços da carne bovina nos Estados Unidos dispararam, tornando-se um problema político significativo. O ex-presidente Donald Trump, que anteriormente declarou a inflação como “morta”, voltou a falar sobre o assunto, já que a alta nos preços ameaça suas promessas de reduzir os preços dos alimentos. Recentemente, ele pediu aos pecuaristas que baixassem os preços de seus gados, mas suas propostas geraram uma forte reação negativa entre os ranchers, que temem que as soluções propostas tornem mais difícil a sua sobrevivência.

Números e situação atual

O número de fazendas de gado nos EUA tem diminuído de forma constante desde 1980, levando a uma redução na oferta doméstica e, consequentemente, ao aumento dos preços. Atualmente, o rebanho de gado no país está em seu nível mais baixo em quase 75 anos, e o número de rancheiras caiu mais de 150.000 desde 2017, o que representa uma queda de 17%. Os preços de varejo para carne moída subiram 12,9% nos últimos 12 meses até setembro, enquanto o preço de bifes aumentou 16,6%, segundo dados do Departamento de Trabalho dos EUA.

Desafios enfrentados pelos pecuaristas

Os ranchers estão sob pressão devido à consolidação das indústrias de processamento de carne e ao aumento dos custos de insumos essenciais, como fertilizantes e equipamentos. Além disso, anos de seca forçaram muitos a reduzir seus rebanhos, limitando ainda mais a oferta de gado. Especialistas da área, como Brenda Boetel e Derrell Peel, preveem que os preços continuarão elevados até pelo menos o final da década, uma vez que leva anos para repor os rebanhos.

Resposta do governo e propostas

O Departamento de Agricultura dos EUA anunciou um “grande pacote” para aumentar a produção doméstica de carne bovina, incluindo a abertura de mais terras para pastagem e apoio a pequenos processadores de carne. No entanto, a proposta de Trump de importar mais carne da Argentina gerou preocupações entre os pecuaristas, que acreditam que isso apenas beneficiará as grandes empresas de processamento de carne, como Tyson e JBS. Muitos ranchers, como Mike Callicrate, afirmam que a única maneira de sobreviver é eliminar intermediários e vender diretamente aos consumidores, embora essa não seja uma opção viável para a maioria.

Conclusão

A situação atual do mercado de carne bovina nos EUA reflete uma complexa intersecção entre políticas, economia e práticas agrícolas. A falta de confiança dos pecuaristas nas promessas do governo e a concentração de poder no setor de processamento de carne continuam a ser desafios significativos para o futuro da indústria.

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