Entenda a técnica que transforma mouses em dispositivos de escuta
Pesquisa revela que mouses podem gravar conversas sem microfone usando sensores ópticos.
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Irvine, aponta que mouses avançados podem ser usados por hackers para gravar conversas sem a necessidade de microfones. A técnica, chamada Mic-E-Mouse, funciona captando vibrações emitidas pela fala através de sensores ópticos, que são então transmitidas para terceiros, convertendo as informações em áudio. Este método ilustra como dispositivos acessíveis podem representar riscos à privacidade.
Como funciona a técnica
Os mouses equipados com alta capacidade de sensibilidade são os mais vulneráveis a esse tipo de ataque. Para que um mouse funcione como um espião, ele deve atender a certos requisitos:
- Taxa de atualização a partir de 8 kHz (8.000 Hz);
- Sensor de pelo menos 20.000 DPI;
- Utilização em superfícies que permitam a propagação de sinais de áudio;
- Estar em movimento mínimo ou parado;
- Transmitir dados para programas que podem ser controlados por hackers.
Riscos e implicações
Os pesquisadores ressaltam que a qualidade do áudio captado é baixa e que os hackers precisam filtrar e converter os sinais para ondas sonoras. Além disso, as conversas gravadas devem ter um volume adequado, entre 60 e 80 decibéis, cobrindo conversas típicas de escritório ou em casa. Cleórbete Santos, professor de Computação, alerta que a proliferação de dispositivos de alta qualidade e baixo custo aumenta a superfície de ataque, tornando os usuários mais vulneráveis.
Conclusão
Embora a técnica ainda não tenha sido registrada em ataques reais, a pesquisa destaca a necessidade de conscientização sobre a segurança dos dispositivos que utilizamos diariamente. A vigilância e o uso indevido de tecnologia são questões que devem ser consideradas à medida que avançamos em um mundo cada vez mais conectado.