Mesmo sob sanções, Paraná cresce e se consolida entre os maiores exportadores do Brasil

Em meio a um cenário global de instabilidade comercial, o estado do Paraná tem se destacado como um dos principais exportadores do Brasil.  Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o estado alcançou US$ 17,7 bilhões em exportações, consolidando-se como o quinto maior exportador nacional. O resultado não vem só do agronegócio, mas também de uma estratégia inteligente de diversificação de mercados internacionais.

A imposição de tarifas de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros impactou diretamente setores estratégicos do Paraná, como madeira, pescados, café e couro, de acordo com a Fecomércio PR. Diante desse desafio, o governo estadual adotou medidas emergenciais e estruturantes para proteger a economia local. Entre elas, destacam-se a criação de um comitê de crise, a liberação de créditos de ICMS e a oferta de até R$ 400 milhões em financiamentos via Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Fomento Paraná. Essas iniciativas visam preservar empregos, manter a competitividade das empresas e garantir a continuidade das exportações.

Além das medidas internas, o Paraná intensificou sua presença em novos mercados. Os produtos paranaenses chegaram a 209 destinos internacionais, com crescimento expressivo nas exportações para Argentina, Índia, Irã e Singapura. A Argentina aumentou em 86,4% sua participação nas importações de produtos paranaenses, com destaque para automóveis, cuja exportação cresceu 253%. A Índia ampliou sua participação em 48,5%, puxada pelo óleo de soja bruto, enquanto Irã e Singapura apresentaram variações superiores a 100% em produtos como cereais, óleos e combustíveis.

Esses dados demonstram que a diversificação geográfica das exportações é uma resposta eficaz às barreiras comerciais. Ao reduzir a dependência de mercados instáveis como os Estados Unidos e a China, o Paraná fortalece sua resiliência econômica e abre novas oportunidades para seus produtos em regiões com alta demanda e menor volatilidade política.

Neste contexto, diversificar mercados é mais do que uma alternativa: é uma necessidade estratégica. Em tempos de tarifas e tensões comerciais, ampliar parcerias internacionais e agregar valor à produção local são caminhos para garantir competitividade e sustentabilidade. A posição do Paraná como o 5º maior exportador do Brasil não é fruto do acaso, mas sim de uma visão integrada entre setor produtivo, governo e instituições de apoio ao desenvolvimento. Ao apostar na diversificação, o estado não apenas protege sua economia dos impactos externos, como também abre novas oportunidades para crescimento, inovação e protagonismo global.

 

*Angela Cristina Kochinski Tripoli é mestre e doutora em administração, graduada em administração com habilitação em Gestão de Negócios Internacionais, além de Coordenadora e Professora do Curso de Comércio Exterior da Uninter.

 

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