Sabesp pode enfrentar crise hídrica após privatização

Análise do Santander sobre a situação da Sabesp (SBSP3)

A nova gestão da Sabesp pode enfrentar sua primeira crise hídrica após a privatização, mas analistas do Santander veem pouco impacto nas ações.

A Grande São Paulo vem enfrentando uma série de medidas de contingência, com o governo do Estado buscando evitar uma nova crise hídrica. Pouco depois de um ano da privatização, a nova gestão da Sabesp (SBSP3) corre o risco de enfrentar o primeiro evento do tipo. Contudo, o time de analistas do Santander, liderados por Andre Sampaio, está otimista em relação às ações da companhia.

“Mesmo que a escassez de água se confirme, acreditamos que o impacto negativo será de curta duração e que o plano de investimentos da companhia deve contribuir para o aumento da disponibilidade hídrica no médio e longo prazos”, afirmam os analistas. Eles destacam que, antes de afirmar que uma crise hídrica acontecerá, é preciso aguardar a próxima estação chuvosa, de dezembro a maio. Se a vazão de água permanecer abaixo de 40% da média histórica, o risco de escassez hídrica aumentando os problemas para a empresa se tornaria mais evidente.

Situação atual e investimentos futuros

O fluxo de água acumulado em outubro atingiu 39,2% da média histórica, somando o sexto mês consecutivo de afluência abaixo de 50% e o terceiro mês abaixo de 40%. Para enfrentar a situação, a Sabesp tem um plano de investir até R$ 70 bilhões nos próximos cinco anos, buscando ampliar a oferta de água. Na última sexta-feira, o governo de São Paulo anunciou um projeto que estabelece medidas para a economia de água, como a redução da pressão nas tubulações de distribuição e, em casos mais severos, a implantação de rodízios no fornecimento.

Análise do plano do governo

2025 marca o terceiro ano consecutivo com chuvas abaixo da média em São Paulo, e o nível das represas atualmente está em 28,7% da capacidade total, o menor índice desde as crises hídricas de 2014 e 2015. O plano do governo é visto como positivo pela equipe do Santander, pois cria uma regra única para lidar com crises, aumentando a transparência e reduzindo surpresas para consumidores e investidores.

Expectativas para o futuro

Atualmente, o Santander mantém recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações da Sabesp, com um preço-alvo de R$ 133,11, o que reflete a confiança da instituição em relação à capacidade da companhia de gerenciar a crise hídrica e realizar os investimentos necessários para garantir a oferta de água no futuro.

PUBLICIDADE

[quads id=1]

Relacionadas: