Debate sobre a letalidade e métodos das ações policiais no Rio de Janeiro
Debate sobre a eficácia das megaoperações no combate às facções criminosas reacende questionamentos sobre os métodos policiais.
Em 2 de outubro de 2023, um debate acalorado no CNN Arena trouxe à tona a eficácia das megaoperações policiais no Rio de Janeiro, após a mais letal operação da história da cidade, que resultou em 64 mortes. Os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Tarcísio Motta (PSOL-RJ) discutiram a ação, que também registrou a morte de quatro policiais e ferimentos em dois moradores.
A necessidade de ações incisivas
Jordy defendeu a operação, considerando-a “muito eficiente e eficaz”, e ressaltou que 56% do território fluminense é dominado por facções criminosas, o que justificaria intervenções mais robustas das forças de segurança. A ação resultou na apreensão de 81 suspeitos e 93 fuzis, mas levantou preocupações sobre a alta letalidade e seus métodos.
Críticas e alternativas
Em contraste, Motta questionou a real efetividade das megaoperações, destacando que as maiores apreensões de armas no Rio ocorreram sem disparos, em ações de inteligência. Ele citou operações bem-sucedidas, como as que ocorreram no aeroporto do Galeão e na Barra da Tijuca, sugerindo que o foco deve ser em estratégias que priorizem tecnologia e inteligência, em vez de ações violentas.
Danos colaterais e planejamento
O debate também abordou os danos colaterais, referindo-se a moradores feridos. Jordy argumentou que a responsabilidade sobre as mortes deve ser avaliada, enquanto Motta criticou a falta de um gabinete de crise durante a operação, planejada por 60 dias. Para ele, o combate ao crime organizado deve sufocar o poder político e econômico das facções, priorizando a segurança da população.