Estudo destaca sinais de crise climática e caminhos para a recuperação
O Relatório do Estado do Clima 2025 alerta sobre o colapso iminente do clima da Terra, com 22 dos 34 sinais vitais em níveis recordes.
Alerta máximo para o clima da Terra
O Relatório do Estado do Clima 2025, publicado na revista BioScience nesta quarta-feira (29), aponta que o planeta está em alerta máximo. Dos 34 “sinais vitais” que monitoram o estado do clima da Terra, 22 atingiram níveis recordes. A década atual é a mais quente já registrada, e os cientistas alertam que as mudanças climáticas estão acelerando, impactando todos os ecossistemas.
Sinais de colapso e recordes alarmantes
Produzido por especialistas da Universidade Estadual do Oregon e do Instituto Potsdam de Pesquisa sobre Impacto Climático, o estudo revela que o sistema climático pode estar se aproximando de pontos de inflexão irreversíveis. A combinação de recordes de temperatura, perda de gelo, incêndios e desastres extremos sugere que o planeta caminha para uma trajetória de “estufa terrestre”. O relatório destaca que, apesar da gravidade da situação, ainda há uma janela de oportunidade para reverter o quadro, embora ela esteja se fechando rapidamente.
Fatores que aceleram o aquecimento
O ano de 2024 foi o mais quente já registrado, superando até os picos do último período interglacial. O aumento da temperatura média global acompanha uma escalada na concentração de gases de efeito estufa, com o nível de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera ultrapassando 430 partes por milhão (ppm). Entre os fatores que aceleram o aquecimento estão a redução do resfriamento por aerossóis e o aumento da retenção de calor pelas nuvens.
Ação humana e desigualdade
O relatório identifica a ação humana como a força central por trás do colapso climático. O crescimento populacional e o aumento do consumo pressionam os limites do planeta, com dois terços do aquecimento global atribuídos aos 10% mais ricos da população. Em 2024, o uso global de combustíveis fósseis bateu recorde, e as emissões relacionadas à energia atingiram 40,8 gigatoneladas de CO₂, o maior valor da história. China, Índia e Estados Unidos são responsáveis por mais da metade dessas emissões.
Impactos visíveis e soluções possíveis
Os efeitos dessa pressão são visíveis nas florestas e nos oceanos, com a perda de cobertura arbórea aumentando em 370% em 2024. Contudo, o relatório sugere que as soluções estão ao alcance. A transição energética, com o potencial das energias solar e eólica de gerar até 70% da eletricidade global até 2050, é central nesse processo. Além disso, restaurar ecossistemas e adotar dietas mais sustentáveis pode ajudar a mitigar os impactos. Os pesquisadores enfatizam que, embora os desafios sejam grandes, a ação coletiva e políticas de equidade podem criar “pontos de inflexão positivos” para enfrentar a crise climática.