Entenda os fatores que impactaram as ADRs do banco
Após a divulgação do lucro de R$ 6,2 bilhões no 3T25, as ADRs do Bradesco (BBDC4) despencaram até 6% no after-market, refletindo a reação do mercado.
Na noite de 7 de novembro, o mercado reagiu com desconfiança ao balanço do Bradesco (BBDC4), após a divulgação de um lucro de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre. As ADRs do banco, negociadas em Nova York, chegaram a cair mais de 6% no after-market, embora a queda tenha se reduzido para 1,99% por volta das 19h52. Essa reação reflete uma decepção em relação a um resultado que, segundo analistas, ficou abaixo das expectativas do consenso.
Expectativas versus resultados
O aumento das expectativas antes do balanço havia impulsionado as ações, que dispararam 3% na semana anterior, renovando recordes. Contudo, a realidade apresentada no balanço não agradou a todos. Segundo especialistas, a expectativa de surpresas positivas foi frustrada, resultando em uma forte reação do mercado. Hugo Queiroz, da L4 Capital, mencionou que, apesar de melhorias na operação do banco e na margem financeira, o risco associado à qualidade dos ativos gerou preocupação.
Indicadores financeiros e suas implicações
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) se manteve estável, resultando em uma variação de apenas 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que o situou em 14,7%. Embora tenha havido uma melhora anual de 2,3 pontos percentuais, a média esperada pelos analistas era de 14,85%. Para Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, o aumento das provisões de crédito foi um ponto crítico, refletindo a cautela do mercado e o impacto negativo nas ADRs, principalmente em segmentos mais vulneráveis como o agronegócio.
Conclusão: O futuro das ADRs do Bradesco
Com a elevação das despesas com PDD em 20% no ano e 5,1% no trimestre, a situação do banco deve ser monitorada de perto pelos investidores. A deterioração na qualidade dos ativos pode afetar a confiança no futuro do Bradesco, levando a uma possível realização de lucros nas ADRs nos próximos dias. Os investidores, especialmente os estrangeiros, buscam instituições com rentabilidade consistente, e sinais de deterioração podem comprometer essa percepção.


