A era da corrupção visível: o legado de Trump

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Reflexões sobre a administração e a normalização da corrupção

A administração Trump revelou a corrupção como uma filosofia de governo, normalizando práticas antes disfarçadas.

Em 30 de outubro de 2023, o legado da administração Trump se revela como uma era de corrupção visível, onde o escândalo se tornou uma filosofia de governo. O autor Eric Reinhart, um antropólogo político e psiquiatra, argumenta que a administração Trump não apenas expôs a corrupção, mas a normalizou, transformando práticas antes disfarçadas em espetáculo.

A normalização da corrupção

A corrupção, que antes era vista como uma aberração dentro de um sistema legítimo, passou a ser considerada um aspecto normal da política americana. A administração Trump, segundo Reinhart, destituiu as camadas de disfarce que ocultavam a corrupção, mostrando que o governo serve, na verdade, aos interesses dos ricos. O conceito de corrupção se tornou uma verdade nua e crua, onde a brutalidade e a ganância são aceitas como parte da realidade política.

Impactos na percepção pública

Reinhart aponta que a administração de Trump não é uma exceção, mas uma revelação do que sempre existiu. O que antes era visto como transgressão é agora encarado como uma forma de verdade. A sociedade americana, ao nomear a corrupção, não se mobiliza contra ela, pois isso exigiria a desmantelação de um sistema que se tornou habitual. Essa letargia política é alimentada por uma falta de crença em alternativas.

O papel do entretenimento na política

O autor também discute como a indignação política foi transformada em um produto comercial. A crítica política se tornou uma estética da cultura, diluindo a capacidade de resposta a práticas corruptas. A administração Trump, ao fazer do escândalo um espetáculo, conseguiu transformar a percepção da corrupção, fazendo com que muitos a vissem como uma forma de autenticidade.

Caminhos para a reconstrução ética

Para combater a corrupção, Reinhart sugere que é necessário ir além da exposição de práticas corruptas. Ele defende a construção de instituições públicas genuínas que atendam aos interesses da classe trabalhadora, promovendo valores democráticos. A reconstrução de uma imaginação ética requer uma confrontação com o passado e um compromisso com um futuro mais justo.

O texto conclui com a ideia de que a corrupção prospera na falta de solidariedade e que, para se opor de forma eficaz a ela, a sociedade deve se unir em torno de um propósito público, onde a verdade e a honestidade sejam valores compartilhados.

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