Rabobank projeta queda na produção e alta nos preços
Em 2026, a produção de carne bovina no Brasil deve recuar, refletindo uma nova fase no mercado do boi gordo.
Em 2026, a produção de carne bovina no Brasil deverá recuar, conforme apontam análises do Rabobank. O país prevê uma redução de 5% a 6% na produção, totalizando cerca de 10,5 milhões de toneladas, devido a abates intensos de fêmeas nos últimos anos e à diminuição na oferta de bezerros.
Impactos no mercado interno e externo
Os preços do boi gordo estão em alta desde o segundo semestre de 2025, com a arroba atingindo R$ 330 nos contratos futuros para fevereiro de 2026, o que reflete uma expectativa de aumento de até 10% no mercado físico. Essa valorização é impulsionada pela menor oferta e forte demanda, embora o consumo de carnes mais baratas, como frango e suíno, possa limitar a alta nos preços. No comércio exterior, o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas de carne bovina até setembro de 2025, um crescimento expressivo de 16% em volume e 35% em receita em comparação a 2024. A China continua sendo o principal destino, representando 47% das exportações.
Riscos e perspectivas futuras
Entretanto, a concentração das exportações em poucos mercados representa um risco estratégico para o setor. Qualquer alteração nas políticas comerciais, especialmente entre EUA e China, pode impactar significativamente as vendas externas. Ademais, a confirmação do fenômeno La Niña pode afetar a produção, visto que chuvas irregulares podem prejudicar a qualidade das pastagens. A expectativa é de que a recuperação dos preços do boi gordo se torne mais evidente a partir do segundo trimestre de 2026, mas os analistas alertam para a necessidade de atenção às políticas tarifárias que podem surgir.
A Copa do Mundo e as eleições presidenciais podem, temporariamente, influenciar o poder de compra da população, mantendo os preços da carne bovina no mercado interno.