Análise sobre o impacto das stablecoins no mercado financeiro
Estudo da Nexa Finance revela que apenas 5 países avançaram no desenvolvimento de CBDCs, enquanto as stablecoins ganham espaço no mercado.
Em setembro de 2023, o Banco Central do Brasil optou por não utilizar a tecnologia blockchain em seu projeto-piloto de moeda digital, o Drex, uma decisão que reflete uma tendência mais ampla em relação às criptomoedas emitidas por bancos centrais (CBDCs). Um estudo da Nexa Finance, realizado neste mês, revelou que, embora 137 países estejam explorando CBDCs, apenas cinco avançaram para a fase de desenvolvimento.
Desaceleração das CBDCs e ascensão das stablecoins
O estudo destaca que, enquanto os projetos de CBDCs têm enfrentado dificuldades nos últimos anos, as stablecoins estão em crescimento exponencial. No Brasil, 90% do fluxo cripto é composto por stablecoins, evidenciando uma mudança significativa nas preferências do mercado. Cauê Duarte, sócio da Nexa Finance, explica que a recente legislação nos Estados Unidos, que proíbe o Federal Reserve de lançar uma moeda digital soberana, favoreceu as stablecoins.
O impacto da tecnologia e da regulação
Duarte observa que o Banco Central brasileiro está focando na regulação e supervisão, em vez de competir com o setor privado. Esse enfoque permitiu que as stablecoins se tornassem uma solução preferencial, especialmente para transações institucionais e remessas internacionais. O volume mensal negociado em stablecoins ultrapassou os US$ 3,5 trilhões em 2023, superando os volumes das transações realizadas por grandes instituições financeiras como Visa e Mastercard.
Futuro das moedas digitais
Com o avanço das stablecoins e a desaceleração dos projetos de CBDCs, o cenário financeiro pode estar mudando. As stablecoins, atreladas a ativos reconhecidos como o dólar, oferecem uma solução mais adaptável e eficaz, especialmente em mercados onde soluções digitais ainda estão em desenvolvimento. A tendência sugere que, ao invés de competir com as stablecoins, os bancos centrais podem se concentrar em regulamentações que favoreçam a inovação no setor privado.