Decisão do tribunal reflete questões psiquiátricas e políticas sobre imigração na Alemanha
Um tribunal alemão determinou que um migrante afegão que atacou crianças em Aschaffenburg seja internado em hospital psiquiátrico.
Em 31 de outubro de 2025, um tribunal em Aschaffenburg, no sul da Alemanha, decidiu que Enamullah O., um migrante afegão de 28 anos, deve ser internado em um hospital psiquiátrico após atacar um grupo de crianças em janeiro deste ano. O incidente, que resultou na morte de um menino de dois anos e de um homem de 41 anos que tentou impedir o ataque, levantou preocupações sobre imigração e segurança pública.
Detalhes do ataque
O ataque ocorreu em 22 de janeiro, quando cinco crianças de um jardim de infância estavam em um parque, acompanhadas por duas professoras. O agressor utilizou uma faca de cozinha, ferindo também uma menina síria de dois anos e um homem de 72 anos. Os promotores apresentaram várias acusações contra Enamullah O., incluindo homicídio e tentativa de homicídio. Durante o julgamento, o juiz Karsten Krebs destacou que o réu não poderia ser responsabilizado devido a uma doença psiquiátrica, afirmando que o ataque aconteceu durante uma “fase psicótica aguda de esquizofrenia”.
Impacto na sociedade
O caso acirrou o debate sobre imigração na Alemanha, especialmente com as eleições gerais se aproximando. O então candidato da CDU, Friedrich Merz, exigiu uma revisão das regras de asilo, afirmando que o incidente demonstrava a necessidade de controles mais rígidos nas fronteiras. O partido ultradireitista AfD se beneficiou politicamente do episódio, aumentando seu apoio entre os eleitores. Contudo, o juiz Krebs enfatizou que discussões políticas não influenciaram a decisão judicial, que focou exclusivamente nas circunstâncias do caso.
Consequências legais
A determinação do tribunal permite que Enamullah O. permaneça internado em um hospital psiquiátrico indefinidamente, com avaliações regulares para determinar sua potencial ameaça à sociedade. Durante o julgamento, o réu foi observado em silêncio, sem mostrar remorso pelo que fez. Seu advogado descreveu o ataque como resultado de problemas mentais, chamando-o de um “ato de um homem louco”.