China e soja: BTG vê otimismo exagerado e recomenda realização de lucros

Soja EUA china

Análise do acordo comercial entre EUA e China e suas implicações para o mercado de soja

Em 7 de setembro de 2025, EUA e China costuraram os primeiros passos de um novo acordo comercial após a viagem de Donald Trump para a Ásia. O presidente norte-americano mencionou que os chineses comprariam quantidades enormes de soja, mas o BTG Pactual adota uma visão cautelosa e cética sobre a efetividade do pacto. Segundo a análise, o acordo é mais simbólico do que prático, com muitos detalhes indefinidos, como prazos, volumes adicionais e cronogramas de embarque.

Jean Miranda, analista de commodities do BTG, ressalta que a ausência de um tratado formal, além das restrições logísticas e tarifárias na China, torna improvável uma retomada imediata e significativa das compras de soja americana. Ele afirma que mesmo que o acordo preveja compras de até 12 milhões de toneladas no curto prazo e 25 milhões anualmente nos próximos três anos, há ambiguidade sobre a natureza desses volumes e seus impactos nos estoques americanos.

No passado, durante a ‘Phase 1’ do acordo entre os países, apenas 58% das metas foram cumpridas. Além disso, a China já adquiriu grandes volumes do Brasil e da Argentina, limitando sua capacidade de novos embarques. As tarifas de 13% a 17% sobre a soja americana também ainda vigem, tornando os grãos da América do Sul mais competitivos. Para o BTG, este é um momento oportuno para realizar lucros e vendas nas altas, pois o mercado da soja pode estar próximo de um teto.

O avanço do bull market dependerá de uma demanda física concreta, que ainda não se confirmou, e das condições climáticas na América do Sul, que atualmente são o principal fator de risco e sustentação dos preços. A XP Investimentos, por sua vez, acredita que o acordo não altera significativamente o cenário global da soja, mantendo um viés negativo para o mercado. Apesar de o pacto incluir redução parcial de tarifas dos EUA e suspensão temporária das restrições chinesas às terras raras, a XP nota que a reação neutra dos preços em Chicago reflete o ceticismo do mercado quanto aos efeitos práticos do acordo.

As incertezas sobre a retirada das tarifas retaliatórias chinesas permanecem, limitando o acesso de tradings privadas americanas ao mercado chinês. Mesmo que o acordo forneça um suporte momentâneo aos preços, o balanço global de soja continua confortável, com uma demanda chinesa fraca e uma oferta recorde na América do Sul. A melhora nas chuvas no Brasil diminui os riscos de quebra de safra, reforçando a perspectiva de pressão baixista e uma forte concorrência sobre a soja americana nos próximos meses.

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