O fim da realeza de Andrew: como um príncipe perdeu tudo

Reuters

Da nobreza à obscuridade, a trajetória de Andrew Mountbatten Windsor

O príncipe Andrew perdeu seu título de nobreza e sua posição na realeza britânica, enfrentando escândalos e investigações.

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“Quem dera eu tivesse nascido herdeiro!” Essa frase é comum e, muitas vezes, repetida por quem sonha com uma vida mais fácil, baseada em heranças. Para muitos, herdar uma grande fortuna é um passaporte para uma vida mais tranquila. Prova disso é que, entre as 10 maiores fortunas de jovens brasileiros com até 30 anos, apenas uma não veio de um familiar. Mas, no caso do príncipe Andrew, a herança não só não garantiu um futuro tranquilo, como ele conseguiu perder boa parte, até o que a maioria consideraria intocável: sua posição na realeza.
O príncipe Andrew, irmão mais novo do rei Charles III, agora não é mais príncipe. Recentemente, ele foi destituído de seu título de nobreza e terá que deixar sua residência oficial, a Royal Lodge, uma mansão de 30 cômodos, conforme anúncio oficial do Palácio de Buckingham.
O agora chamado Andrew Mountbatten Windsor, de 65 anos, continua sendo alvo de investigações sobre suas ligações com Jeffrey Epstein, o financista norte-americano que morreu em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual. Esses vínculos com Epstein têm gerado constrangimento e aumentado a pressão sobre a família real britânica.
Em 2008, Epstein foi condenado por solicitar serviços de prostituição de menores de 18 anos. Seu nome voltou a ser associado ao de Andrew com o surgimento de novas evidências e revelações, reacendendo o escândalo.
Embora Epstein tenha morrido em 2019 enquanto aguardava julgamento por outros crimes, a monarquia britânica não escapou das repercussões, e o príncipe Andrew passou a ser cada vez mais questionado sobre suas ligação com Epstein.
Nos últimos dias, a pressão sobre a família real aumentou. O duque de York foi até vaiado em público, mostrando a crescente insatisfação com sua postura. Embora o agora ex-príncipe negue todas as acusações, o Palácio de Buckingham admitiu que o príncipe cometeu “graves erros de julgamento” ao manter o relacionamento com Epstein.
A situação se complicou ainda mais no início de outubro, quando e-mails de 2011 foram divulgados, mostrando que Andrew manteve contato com Epstein meses após declarar publicamente que havia encerrado a amizade.
Em 2022, Andrew fechou um acordo judicial com Virginia Giuffre, uma americana que o acusava de abuso sexual. Giuffre afirmou que, em 2001, quando tinha 17 anos, foi levada por Epstein a Londres, onde foi apresentada a Andrew, que a teria agredido sexualmente em três ocasiões.
Giuffre morreu em abril de 2025, aos 41 anos. A família dela afirmou que a causa foi suicídio.
Com sua posição real comprometida, Andrew começou a buscar fontes de renda fora da esfera da realeza. Ele esteve envolvido em relações comerciais com a China, com países do Golfo, e recentemente, trabalhava com uma startup holandesa.
No entanto, o rei Charles decidiu cortar o repasse financeiro a Andrew no ano passado, conforme fontes da BBC.
Apesar de ter perdido quase tudo o que conquistou ao nascer em berço de ouro, Andrew não perdeu totalmente sua majestade. Seu novo lar será financiado com recursos privados do rei Charles, conforme informações da BBC.

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