Centro vence eleições e Jetten assume liderança aos 38 anos
Ron Jetten, do D66, vence eleições na Holanda e se torna o primeiro premiê gay do país aos 38 anos.
Nesta sexta-feira (31), em Haia, Ron Jetten, líder do partido centrista D66, reivindicou a vitória nas eleições legislativas, superando a extrema-direita liderada por Geert Wilders. A confirmação do resultado pela agência de notícias ANP é um marco político na Europa, onde partidos populistas têm ganhado força. “Estou incrivelmente feliz por termos sido o partido mais votado. É um resultado histórico para o D66 e sinto uma grande responsabilidade”, afirmou Jetten.
Aos 38 anos, Jetten se tornará o líder mais jovem e abertamente homossexual da quinta maior economia da União Europeia. Ele destacou que sua vitória demonstra que é possível derrotar movimentos populistas com uma mensagem positiva. No entanto, para governar, Jetten precisará formar uma coalizão, uma vez que seu partido obteve apenas 26 dos 150 assentos do Parlamento, necessitando de alianças para alcançar a maioria de 76 cadeiras.
Desafios da coalizão
A principal hipótese é uma grande coalizão com o partido de centro-direita CDA, que possui 18 assentos, o liberal VVD com 22 e o grupo Esquerda Verde/Partido do Trabalho, que conta com 20 assentos. A disposição desses partidos em colaborar ainda é incerta, já que os votos pelo correio, que tendem a favorecer legendas de centro e esquerda, ainda estão sendo apurados e devem ser divulgados na segunda-feira.
Próximos passos no Parlamento
Na próxima terça-feira, o Parlamento holandês se reunirá para escolher um “olheiro”, responsável por conduzir as primeiras conversas entre os partidos e definir possíveis alianças. Enquanto isso, o primeiro-ministro interino, Dick Schoof, permanecerá à frente do Executivo. Schoof indicou que as negociações poderão se estender por várias semanas, afirmando: “Prevejo que continuarei sendo primeiro-ministro no Natal.”
Contexto das eleições
Jetten já havia superado o PVV de Wilders nas eleições anteriores, em 2023, por uma diferença de quase 3 mil votos vindos do exterior. Sua ascensão ao cargo é vista como uma resposta à crescente onda de populismo na Europa, evidenciando a importância de uma mensagem inclusiva e progressista no cenário político atual.