Pesquisa revela novas possibilidades no combate a infecções resistentes
Estudo revela que o Prämethylenmycin-C-Lacton é até 100 vezes mais eficaz contra bactérias resistentes que antibióticos convencionais.
Pesquisadores das universidades Warwick, no Reino Unido, e Monash, na Austrália, descobriram o Prämethylenmycin-C-Lacton. Esta nova substância é até 100 vezes mais eficaz contra bactérias resistentes, como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e o Enterococcus faecium resistente à vancomicina (VRE). A identificação do composto ocorreu no contexto de uma análise de intermediários na produção de Methylenmycin A, com os resultados publicados em 27 de outubro de 2025, no Journal of the American Chemical Society.
Eficácia e características do novo antibiótico
O Prämethylenmycin-C-Lacton apresentou uma concentração mínima inibitória de 1 a 2 microgramas por mililitro em testes laboratoriais. Este antibiótico é eficaz contra bactérias gram-positivas, que possuem paredes celulares espessas, e não apresenta desenvolvimento de resistência mesmo após 28 dias de exposição. A estrutura simples da molécula facilita sua síntese artificial. Para potencializar a produção de Methylenmycin A, os cientistas manipularam geneticamente o Streptomyces coelicolor, desativando o gene mmyE, responsável pela transformação final do intermediário.
Impacto na luta contra infecções resistentes
Os dados globais indicam que, em 2021, as resistências antimicrobianas causaram 1,14 milhões de mortes diretas. Além disso, 16% das infecções bacterianas confirmadas em 2023 foram resistentes a antibióticos. O aumento nesse tipo de resistência entre 2018 e 2023 foi superior a 40%, refletindo o uso excessivo em humanos e animais. Essa nova descoberta oferece esperança na busca por novos agentes antimicrobianos, com a possibilidade de realização de testes pré-clínicos em modelos animais para avaliar segurança e eficácia. A nova molécula pode contribuir significativamente na luta contra infecções hospitalares graves, embora as bactérias gram-negativas continuem sendo um desafio devido à sua dupla parede celular.