Tarifas dos EUA afetam relação com a Índia

CNBC

Entenda as implicações da nova política tarifária de Trump

As tarifas sobre exportações indianas para os EUA subiram para 50%, afetando a relação entre os dois países.

Em 3 de novembro de 2025, as tarifas sobre as exportações indianas para os EUA aumentaram para 50%, superando as tarifas de 47% aplicadas aos produtos chineses. Essa mudança reflete uma deterioração nas relações entre os dois países, que têm se distanciado sob a administração de Trump, que adota uma abordagem mais transacional na política externa. A falta de “química de nível de liderança” entre Índia e EUA é evidente, e especialistas afirmam que a confiança entre os países poderá levar anos para ser reconstruída.

Erosão da relação estratégica

A relação estratégica que se desenvolveu ao longo de duas décadas entre Índia e EUA foi significativamente erodida este ano, com Trump não considerando a Índia como um parceiro importante para equilibrar a China. A imposição de tarifas elevadas, taxas de $100.000 para vistos H1B e declarações de Trump sobre a mediação de um cessar-fogo entre Índia e Paquistão contribuíram para o esfriamento das relações. Raymond Vickery Jr., do Center for Strategic and International Studies, destacou que a abordagem atual é uma mudança de altruísmo estratégico para uma perspectiva transacional.

Consequências para a política externa

Enquanto isso, as relações entre EUA e China estão se aquecendo. Após uma reunião em que foi alcançado um trégua comercial, as tarifas sobre produtos chineses foram reduzidas de 20% para 10%. Isso coloca a China em uma posição mais favorável em comparação à Índia, que já se manifestou contra as tarifas, chamando-as de “injustas”. Trivedi, do DGA-Albright Stonebridge Group, ressalta que a falta de química entre os líderes impacta profundamente a relação.

Desafios futuros para a Índia

Diante desse cenário, a Índia enfrenta o desafio de se posicionar entre duas superpotências econômicas. Embora o acesso ao mercado dos EUA possa ser benéfico, a dependência da China não deverá diminuir no curto prazo. Além disso, foi assinado um acordo de 10 anos para a parceria de defesa entre os dois países, mas especialistas alertam que a continuidade da abordagem transacional pode afastar ainda mais os dois países, comprometendo os interesses estratégicos de ambos.

PUBLICIDADE

[quads id=1]

Relacionadas: