Nova espécie do Alto Ártico canadense apresenta história evolutiva surpreendente
Cientistas descobriram uma nova espécie de rinoceronte no Ártico, que migrou para a América do Norte pela ponte terrestre do Atlântico, alterando a compreensão sobre sua evolução.
Em 4 de outubro de 2023, cientistas do Museu Canadense da Natureza anunciaram a descoberta de uma nova espécie de rinoceronte no Alto Ártico canadense. O Epiatheracerium itjilik, que significa “gelado” em inuktitut, migrou para a América do Norte por uma ponte terrestre que ligava os continentes através do Atlântico, alterando a perspectiva sobre sua evolução.
A nova espécie e suas características
O esqueleto fossilizado, recuperado da Cratera Haughton, apresenta 75% de seu tamanho e é considerado a espécie de rinoceronte mais setentrional já conhecida. A Dra. Danielle Fraser, autora principal do estudo, destaca que no passado existiam mais de 50 espécies de rinocerontes, ao contrário das cinco que conhecemos hoje. O Epiatheracerium itjilik, que estava na fase adulta, é semelhante ao rinoceronte indiano moderno, mas sem chifre.
A Cratera Haughton e seu significado
Com 23 km de diâmetro, a Cratera Haughton é o sítio fossilífero mais setentrional do Mioceno. O local, que preservou restos de plantas e animais, era uma floresta temperada em comparação com o clima atual. O estudo revela que os ossos foram expostos devido ao congelamento e descongelamento do permafrost, processo conhecido como crioturbação.
Implicações para a história evolutiva
A análise sugere que a migração da Europa para a América do Norte ocorreu muito mais recentemente do que os 56 milhões de anos anteriormente estimados. “O estudo reforça a ideia de que o Atlântico Norte teve um papel crucial na evolução dos rinocerontes”, diz Fraser, destacando a importância do Ártico para novas descobertas paleontológicas. Essa nova compreensão abre caminhos para o estudo de proteínas ancestrais e a evolução dos mamíferos.