Ministro alega conflito de agenda em convocação sobre asilo de ex-primeira-dama peruana
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, não comparecerá à audiência da Câmara marcada para hoje, justificando conflito de agenda.
Na manhã desta terça-feira (4), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que não irá à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Ele havia sido convocado para esclarecer o asilo que o Brasil concedeu à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada no país vizinho.
A sessão estava marcada para às 14h30, e na condição de convocado, o ministro é obrigado a comparecer ao colegiado, exceto se apresentar uma justificativa. No ofício enviado à comissão, o Ministério da Justiça lamentou a impossibilidade do comparecimento, alegando compromissos assumidos anteriormente e o prazo exíguo para a convocação.
O documento também destacou que, uma semana antes da convocação, Lewandowski já havia comparecido à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, onde respondeu sobre o tema do asilo.
Lewandowski explicou que o asilo foi concedido por razões humanitárias, conforme declarado pelo chanceler Mauro Vieira, citando o estado de saúde da ex-primeira-dama, que enfrenta um câncer e teve operação na coluna. Ele ressaltou a decisão soberana que levou em conta as circunstâncias que envolvem a situação da ex-primeira-dama, que tem um filho menor e cujo marido está preso.
Ao entrar no Brasil, Nadine Heredia se apresentou ao representante da imigração em Guarulhos e, como outras milhares de pessoas, solicitou refúgio. O ofício assinado pelo secretário nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça também se colocou à disposição para mais esclarecimentos e para receber os deputados da comissão.
A ex-primeira-dama chegou a Brasília em 16 de abril deste ano, após ter o asilo diplomático concedido pelo governo brasileiro. Sua defesa alega que ela é vítima de perseguição política, e sua condenação, junto com seu marido, ao receber valores ilícitos da empreiteira Odebrecht, está sendo contestada em instância superior.