Ação foi motivada por falso testemunho em investigações sobre movimentação financeira
Na madrugada de 4 de novembro de 2025, o senador Carlos Viana determinou a prisão de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz por falso testemunho.
Na madrugada de 4 de novembro de 2025, em Brasília, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) ordenou a prisão de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), em decorrência de falso testemunho prestado durante a CPI do INSS. O pedido foi formalizado pelo relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
Motivos para a prisão
O senador Viana destacou que, em diversas ocasiões, o depoente fez afirmações falsas e omitiu a verdade. Gaspar apresentou quatro episódios específicos: 1) o silêncio sobre sua relação com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS; 2) a declaração distorcida sobre sua relação com Gabriel Negreiros; 3) a falta de informação sobre os poderes de Adelino Rodrigues Junior na CBPA; e 4) a tentativa de caracterizar sua saída da Confederação Nacional de Pescadores e Aquicultores (CNPA) como uma renúncia, quando na verdade foi determinada judicialmente.
Contexto da investigação
A CBPA está sob investigação na Operação Sem Desconto, que apontou um impacto financeiro de R$ 221,8 milhões em benefícios de aposentados e pensionistas. Além de Abraão Lincoln, outros dois presidentes de entidades foram presos por falso testemunho, fortalecendo as suspeitas sobre a atuação da confederação. A movimentação financeira da CBPA, que totalizou R$ 410 milhões entre maio de 2024 e maio de 2025, está sendo analisada pelas autoridades.
Implicações e próximos passos
As prisões realizadas pela CPI refletem a gravidade das investigações em curso e a busca por responsabilizar aqueles que supostamente têm ligação com fraudes no sistema de benefícios. O caso levanta questões sobre a integridade das entidades envolvidas e a proteção dos direitos dos aposentados.


