Dormir com roupa do dia: características e implicações psicológicas

Entenda o que revela esse hábito sobre a saúde mental

Dormir com a roupa do dia pode indicar estresse e desconexão corporal. Especialistas revelam insights sobre esse hábito.

Para muitas pessoas, dormir de pijama é um gesto automático e reconfortante, sinalizando o fim do dia e o início do descanso. No entanto, há quem vá direto para a cama com a roupa que usou durante o dia. Esse hábito, embora pareça banal, revela muito sobre o estado emocional e o perfil psicológico de cada um.

José Martín del Pliego, psicólogo do Centro Médico Los Tilos, explica que dormir vestido pode refletir altos níveis de estresse e desconexão corporal. Segundo ele, “os mecanismos psicológicos por trás de dormir vestido estão relacionados a altos níveis de estresse, onde a pessoa busca alívio imediato indo para a cama ‘de qualquer jeito’. Nesse momento, ela não se preocupa em se sentir confortável; tudo o que quer é um alívio momentâneo”.

Além disso, quem dorme de roupa muitas vezes não percebe o próprio desconforto físico, indicando uma desconexão com o corpo. Del Pliego destaca que essas pessoas estão tão desligadas do seu mundo interior que não têm consciência de si mesmas. O hábito pode estar relacionado à dificuldade de relaxar e fazer pausas verdadeiras, com a mente e o corpo permanecendo em alerta mesmo durante o sono. Pessoas com forte necessidade de realização e controle costumam ter hiperatividade mental, o que as impede de se desligar completamente.

“Alguns mantêm-se vestidos por insegurança ou hipervigilância, como se precisassem estar sempre prontos ‘por precaução’. Para outros, o pijama simboliza vulnerabilidade, e isso é algo que não suportam sentir”, acrescenta o psicólogo.

Esse comportamento não é necessariamente sinal de desorganização, mas reflete a mentalidade produtiva da vida moderna, na qual o descanso é visto quase como uma perda de tempo. Del Pliego observa: “Muitas pessoas priorizam a atividade constante e relegam o autocuidado a um papel secundário”. Outras, mais tranquilas e focadas em agradar os outros, dormem vestidas por pura exaustão, esquecendo-se de cuidar de si mesmas.

Os perfeccionistas, por outro lado, dificilmente iriam para a cama sem trocar de roupa, pois para eles ordem e ritual são fundamentais. Aqueles que costumam dormir com a roupa do dia geralmente compartilham características como dificuldade em relaxar, alta tolerância ao desconforto físico e ausência de rituais conscientes de autocuidado. “Essas pessoas vivem mais na mente do que no corpo, não se permitem pausas e não desaceleram. O pijama representa uma forma de desconexão para a qual não estão preparadas”, explica del Pliego.

O especialista ressalta que esse tipo de comportamento costuma estar acompanhado de outros sinais de estresse, como falta de tempo para si mesmo, alimentação desregrada e ausência de hábitos que promovam o bem-estar. Em última análise, dormir de roupa é um sintoma de uma vida acelerada, onde falta espaço para o descanso verdadeiro e para os pequenos gestos que simbolizam o autocuidado.

Fonte: www.purepeople.com.br

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