Amazônia supera metrópoles em poluição do ar durante queimadas

Victor Moriyama/Amazônia em Chamas/Divulgação Greenpeace

Estudo revela que cidades amazônicas têm ar mais poluído que grandes centros urbanos

A poluição do ar em cidades da Amazônia supera metrópoles como São Paulo e Londres, segundo estudo do Greenpeace.

Em Porto Velho (RO) e Lábrea (AM), no dia 4 de outubro de 2023, um estudo do Greenpeace revelou que a poluição do ar em cidades da Amazônia superou, em certos períodos do ano, níveis registrados em metrópoles como São Paulo, Pequim e Londres. O relatório “Céus Tóxicos” atribui esses altos índices à fumaça proveniente de queimadas, frequentemente utilizadas por setores do agronegócio para abrir ou renovar áreas de pastagem.

Impactos da poluição na saúde pública

A análise focou em dados de material particulado fino (PM2.5), substância que está diretamente ligada a doenças respiratórias e cardiovasculares. Entre 2024 e 2025, as cidades mencionadas registraram médias diárias que excederam 20 vezes o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo em 2025, quando as queimadas diminuíram, os níveis de poluição permaneceram acima das diretrizes internacionais.

Queimadas e desmatamento

O relatório também destaca que as queimadas se concentram em áreas agropecuárias. De acordo com a análise do MapBiomas, entre 2019 e 2024, mais de 30 milhões de hectares foram queimados na região. A coordenadora da Frente de Desmatamento Zero do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, ressaltou que, apesar das afirmações de empresas do agronegócio sobre a promoção de soluções climáticas, é essencial abordar os impactos negativos que ainda fazem parte da cadeia produtiva, incluindo o desmatamento e o uso ilegal do fogo.

Ações necessárias e propostas

Os hospitais em Porto Velho relataram um aumento significativo nas internações por problemas respiratórios durante os picos de fumaça, principalmente entre crianças e idosos. O Greenpeace estima que a poluição resultante das queimadas causou dezenas de milhares de internações e mortes prematuras na região entre 2009 e 2019. Em vésperas da COP30, a organização defende que o Brasil deve liderar um plano global para zerar o desmatamento até 2030 e sugere a criação de um programa internacional para monitorar e implementar essa meta.

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