Análise aponta para correção saudável em Wall Street
Executivos de Wall Street preveem queda superior a 10% nos mercados de ações, uma situação que pode ser vista como positiva.
Os principais executivos de Wall Street se preparam para um ajuste significativo nos mercados de ações. A expectativa é de uma queda superior a 10% nos próximos 12 a 24 meses e, surpreendentemente, muitos veem isso como um sinal positivo. Essa análise é compartilhada por CEOs de instituições como o Morgan Stanley e o Goldman Sachs, que acreditam que correções fazem parte dos ciclos naturais de mercado e consideram que uma retração de 10% a 15%, sem choques macroeconômicos, seria um desenvolvimento saudável.
Avaliação do mercado atual
O S&P 500 atualmente é negociado a 23 vezes os lucros futuros, superando a média de cinco anos de 20 vezes. O Nasdaq 100, impulsionado pelas grandes empresas de tecnologia, atinge 28 vezes, comparado a 19 em 2022. Recentemente, os futuros do índice caíram 1,8%, refletindo um crescente desconforto com essas avaliações, especialmente após a Palantir ter visto suas ações despencarem mais de 7% após a divulgação de resultados.
Sinais de resiliência
Apesar do pessimismo moderado, há sinais de resiliência nos mercados. Após perdas iniciais, os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 se recuperaram, impulsionados por recompras de ações ligadas à inteligência artificial. O índice Russell 2000, que representa as small caps, também deve encerrar a semana em alta. A recente realização de lucros foi mais técnica do que baseada em fundamentos, e muitos acreditam que uma correção é inevitável, sendo até benéfica para eliminar a alavancagem excessiva.
Impacto global
O rali das ações americanas foi impulsionado por expectativas de cortes de juros e pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial, elevando o S&P 500 em mais de 35% desde abril. No entanto, esse avanço se concentrou em poucas gigantes, criando vulnerabilidades no mercado. O impacto dessa situação não é limitado aos EUA; por exemplo, o índice Kospi da Coreia do Sul recuou mais de 2%, e o setor de semicondutores perdeu cerca de US$ 500 bilhões em valor de mercado entre terça e quarta-feira.
Fonte: www.moneytimes.com.br