Astrônomos revelam objeto supermassivo com James Webb
Astrônomos do INAF descobriram BiRD, um buraco negro supermassivo de 10 bilhões de anos-luz, utilizando o Telescópio Espacial James Webb.
Em 30 de outubro de 2025, astrônomos do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF), na Itália, anunciaram a descoberta de um buraco negro supermassivo apelidado de BiRD, ou Grande Ponto Vermelho, utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST). O objeto, com massa equivalente a 100 milhões de vezes a do Sol, foi detectado na região ao redor do quasar J1030+0524, localizado a cerca de 12,5 bilhões de anos-luz da Terra. A luz de BiRD viajou por aproximadamente 10 bilhões de anos até chegar à Terra, posicionando-o na época conhecida como meio-dia cósmico, cerca de 4 bilhões de anos após o Big Bang.
Características de BiRD
A análise de imagens infravermelhas captadas pelo instrumento NIRCam do JWST revelou uma fonte de luz pontual e brilhante não registrada em catálogos anteriores de raios X e rádio. A equipe examinou o espectro de BiRD, identificando linhas de absorção de hidrogênio ionizado e hélio, permitindo estimar sua massa e distância relativa. A líder da pesquisa, Federica Loiacono, destacou que o espectro não correspondia a uma estrela comum, mas sim a um buraco negro ativo, com propriedades químicas que sugerem densidade gasosa elevada.
Implicações para a astrofísica
A descoberta de BiRD e de outros pontos vermelhos pequenos (LRDs) desafia teorias tradicionais, pois esses objetos não emitem raios X intensos. Uma hipótese sugere que LRDs são sementes de buracos negros supermassivos, envoltas em camadas espessas de gás e poeira. Estudos recentes indicam que tais objetos foram numerosos até o meio-dia cósmico, implicando eficiência na formação de buracos negros.
Conclusão e futuro das pesquisas
O JWST revolucionou a astrofísica extragaláctica, revelando objetos como BiRD, que questionam modelos sobre a evolução rápida de buracos negros. A pesquisa, publicada na revista Astronomy & Astrophysics, destaca o papel do telescópio em desvendar os processos dinâmicos que moldaram o universo primitivo. A equipe planeja expandir as análises a mais LRDs próximos, contribuindo para um panorama mais completo da evolução cósmica inicial.
Fonte: www.mixvale.com.br