Estudo aponta caminhos para antecipar meta climática em dez anos
O Brasil pode zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040, segundo estudo.
Em 6 de novembro de 2025, um estudo do Instituto Amazônia 4.0 revelou que o Brasil pode alcançar a neutralidade nas emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE) até 2040, dez anos antes da meta estipulada pelo Acordo de Paris. Essa pesquisa, divulgada na Academia Brasileira de Ciências, propõe duas estratégias viáveis para acelerar a neutralidade climática do país.
Caminhos para a neutralidade climática
O estudo utiliza o modelo Brazilian Land Use and Energy System Model (BLUES) para traçar dois caminhos: a AFOLU-2040, que se concentra em ações relacionadas à agricultura e florestas, e a Energy-2040, que foca na transição energética. A AFOLU-2040 sugere reduzir o desmatamento e zerar os danos florestais até 2030, promovendo ainda o reflorestamento e a agricultura regenerativa. Por outro lado, a Energy-2040 prevê a diminuição do uso de petróleo em favor de biocombustíveis e a implementação de tecnologias para captura de carbono.
Desafios e investimentos necessários
Os pesquisadores destacam que, apesar da resistência à implementação da Energy-2040 devido aos altos custos e incertezas tecnológicas, ambos os caminhos exigem forte comprometimento político e investimentos robustos no setor climático. A implementação da AFOLU-2040 é considerada mais econômica, necessitando de um aumento de apenas 1% em relação aos investimentos atuais, enquanto a Energy-2040 exigiria um adicional de 20%.
O papel dos setores público e privado
Com o envolvimento de atores políticos e uma distribuição justa dos custos e benefícios, as ações propostas podem se tornar realidade. A transição energética é vista como um desafio maior, mas essencial para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, que atualmente representam 46% da energia primária do Brasil. O sucesso das propostas depende de uma colaboração efetiva entre os setores público e privado, visando um futuro sustentável.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: anand purohit/Getty Images
