Expectativa é fortalecer relações com os EUA sem ofender aliados regionais
Aliados de Lula pedem discurso cauteloso na cúpula da Celac na Colômbia, buscando evitar conflitos com os EUA e mantendo a paz na região.
Aliados do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerem que o mandatário adote falas mais cautelosas durante a cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com a União Europeia, que ocorrerá entre domingo (9) e segunda-feira (10) em Santa Marta, na Colômbia. O objetivo é não prejudicar os avanços nas relações com a gestão de Donald Trump.
Membros da base de Lula no Congresso reconhecem ser desafiador conter o ímpeto do presidente em realizar discursos ideológicos. Contudo, nos bastidores, surgem questionamentos sobre uma possível defesa direta do governo venezuelano de Nicolás Maduro, cuja situação tem gerado tensões militares com os EUA. As críticas mais contundentes aos Estados Unidos ou defesas abertas à Venezuela podem comprometer a frágil relação entre Brasil e a administração Trump.
Expectativas e desafios para a cúpula
A expectativa é que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se encontre com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na próxima semana, durante uma reunião do G7 no Canadá, com o intuito de reverter tarifas comerciais. Nesse contexto, aliados de Lula esperam que na Colômbia ele reforce a necessidade de manter a América Latina como uma região pacífica.
Importante destacar que uma defesa da Venezuela pode contrariar o posicionamento de países como Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Equador, que enviarão apenas representantes de segundo escalão ao encontro. Além disso, uma fala nesse sentido poderia afastar eleitores centristas, especialmente com vistas às eleições presidenciais de 2026.
Temas em discussão
Embora o foco da cúpula inclua comércio e combate ao crime organizado, o governo brasileiro também pretende abordar as tensões entre Venezuela e Estados Unidos. Mauro Vieira afirmou que Lula manifestaria uma “solidariedade regional” ao país vizinho. Para Celso Amorim, assessor especial da Presidência, é natural que o tema seja discutido, dada a proximidade geográfica e as implicações diretas para o Brasil.
Recentemente, a administração Trump intensificou suas ações no Caribe, atacando embarcações por suposto tráfico de drogas, o que gerou um aumento significativo da presença militar na região. Maduro interpretou essas ações como tentativas de desestabilizar seu governo e busca apoio da Rússia. A situação gera divisões entre os líderes que participarão da cúpula, com o anfitrião, presidente colombiano Gustavo Petro, enfrentando suas próprias tensões com o governo Trump.
Conclusão
Os chefes de Estado veem a participação na cúpula como um risco à diplomacia com Washington e preferem manter distância. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também não é mais esperada no evento, o que evidencia a complexidade das relações entre os países participantes.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Ricardo Stuckert/PR