Entenda o impacto da Selic em 15% sobre a construção civil e indústria
Taxa Selic permanece em 15%, impactando diretamente setores como construção e indústria, e reduzindo a capacidade de compra do consumidor.
No dia 7 de setembro de 2025, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a taxa básica de juros em 15%, o maior nível em quase duas décadas. A permanência da Selic em patamares elevados tem impacto direto sobre setores sensíveis e estratégicos da economia brasileira, como construção civil, indústria e comércio, que dependem fortemente de crédito e de consumidores dispostos a investir.
Impactos diretos da Selic elevada
Em um cenário de juros altos, o serviço da dívida encarece e as despesas financeiras aumentam, pressionando o lucro das empresas. Como resultado, os bancos se tornam mais seletivos na concessão de crédito, dificultando a rolagem de dívidas, especialmente para companhias altamente alavancadas e com dívidas de curto prazo. Empresas têm adiado planos de expansão e priorizado a preservação de caixa, já que o custo do capital torna novos investimentos menos atrativos.
Consequências para o mercado imobiliário
Um estudo da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) indica que, nos últimos cinco anos, o aumento dos juros retirou cerca de 800 mil famílias do mercado de crédito imobiliário, reduzindo em 50% o público elegível para imóveis de até R$ 500 mil. Cada ponto percentual de aumento nas taxas elimina, em média, 160 mil famílias do financiamento.
Desafios enfrentados pela indústria
Com o crédito caro e a inadimplência em alta, que já atinge 30,4% das famílias, o consumo das famílias tem recuado. Segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), 80% das famílias estão endividadas, e os consumidores têm adiado compras e reduzido gastos. No acumulado até setembro, o setor de comércio criou 138 mil postos de trabalho, uma queda de 21,3% em relação a 2024, refletindo a desaceleração da economia.
O futuro incerto
O atual cenário pode levar ao fechamento de empresas mais vulneráveis, à queda dos lucros e à pressão sobre a geração de empregos. A CBIC reduziu a previsão de crescimento da construção de 2,3% para 1,3% em 2025, indicando que a alta dos juros continua a afetar negativamente a economia.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Agência Brasil