Evento busca reverter o aquecimento global e conta com a presença de líderes mundiais
COP30 começa hoje e busca enfrentar os desafios climáticos globais e os progressos na luta contra o aquecimento.
COP30 começa oficialmente hoje, 10 de novembro, em meio a desafios climáticos
A COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, começa oficialmente nesta segunda-feira (10) e se estende até o dia 21 de novembro. Este evento reúne líderes de mais de 50 países com o objetivo de enfrentar os desafios climáticos e discutir medidas para mitigar o aquecimento global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma das principais figuras a participar, defendendo a importância da ação coletiva entre as nações.
Apesar de alguns avanços, como o interesse demonstrado por países em um fundo de florestas, a situação climática global permanece crítica. Um relatório recente da ONU aponta que as emissões globais de carbono estão muito altas, com previsões indicando que o mundo pode enfrentar um aumento de temperatura de 2,3 a 2,5°C, longe da meta de 1,5°C estabelecida pelo Acordo de Paris em 2015.
Desafios persistentes enfrentados pela COP30
A COP30 não é apenas um espaço para debates; ela também representa a continuidade de um esforço global que começou em 1995, em Berlim. Desde então, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram em um terço, e o uso de combustíveis fósseis continua a se expandir. Mesmo com a crescente adoção de energias renováveis, como solar e eólica, a demanda por carvão, um dos combustíveis fósseis mais poluentes, se mantém alta, especialmente em países em desenvolvimento.
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) ressalta que as metas de redução de emissões estabelecidas por países ao redor do mundo ainda são insuficientes. O World Resources Institute também alerta que as metas para 2035 não são adequadas para evitar um aumento significativo das temperaturas. 2023 e 2024 estão entre os anos mais quentes já registrados, o que ressalta a urgência de ações efetivas.
Propostas e compromissos do Brasil na COP30
O Brasil, por sua vez, definiu uma meta de redução de 59% a 67% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2035, com o objetivo de zerar as emissões líquidas até 2050. Para isso, o país planeja acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e zerar o desmatamento geral até 2035. Essas metas foram apresentadas como parte das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são compromissos de cada país do Acordo de Paris.
O presidente Lula enfatizou a importância do multilateralismo, afirmando que soluções para as questões climáticas precisam vir da colaboração internacional. Ele destacou que a tributação de grandes multinacionais poderia ser uma ferramenta importante para financiar ações climáticas.
Expectativas e repercussões da COP30
A COP30, portanto, não é apenas uma conferência, mas um estágio crucial para avaliar os compromissos globais em relação às mudanças climáticas. A presença de líderes como o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinha a necessidade de um esforço conjunto contra a devastação climática. Guterres criticou as empresas que lucram com a crise climática, chamando a atenção para a obstrução do progresso por parte de interesses estabelecidos.
Além disso, a expectativa é que a conferência traga novos compromissos e ações concretas. A pressão para avançar na agenda climática é mais forte do que nunca, e a COP30 pode ser um ponto de virada nas políticas climáticas globais. Os dados mostram que, apesar das dificuldades, a adoção de energias limpas e a eficiência energética estão em ascensão, o que pode oferecer uma esperança de reversão das tendências atuais.
O sucesso da COP30 dependerá, em última análise, da disposição dos países em agir em conjunto e de forma decisiva para enfrentar a crise climática que ameaça o futuro do planeta.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br