Investidores japoneses buscam oportunidades na Europa em meio ao crescimento tecnológico

CNBC

O aumento do capital japonês no setor de tecnologia europeu

Investidores japoneses estão se voltando para a Europa em busca de oportunidades no setor tecnológico.

Investidores japoneses estão se voltando para a Europa

Os investidores japoneses estão cada vez mais buscando oportunidades no setor tecnológico europeu, devido ao crescimento de um ecossistema mais maduro. Desde 2019, mais de 33 bilhões de euros, equivalentes a 38 bilhões de dólares, foram direcionados a startups na Europa por meio de rodadas de financiamento que atraem capital japonês. Este movimento é impulsionado pela necessidade de encontrar mercados mais desenvolvidos, já que o ecossistema de startups no Japão ainda é incipiente.

A crescente atenção dos investidores está se concentrando em áreas como deep tech e inteligência artificial, que compõem 70% dos investimentos realizados por esses investidores no continente. Essa mudança de foco é um reflexo da busca por experiências e inovações que vão além das fronteiras do Japão. O fundador Tomosaku Sohara, co-fundador e sócio gerente da NordicNinja, observa que essa transição é um indicativo da evolução do pensamento estratégico dos investidores japoneses.

A ascensão do capital japonês na Europa

Historicamente, o investimento japonês na Europa era limitado, com apenas a Softbank destacando-se antes de 2019. No entanto, a entrada em vigor do Acordo de Parceria Econômica entre a União Europeia e o Japão mudou esse panorama. Desde então, empresas como Mitsubishi, Sanden e Yamato Holdings têm se envolvido ativamente em financiar startups tecnológicas na Europa. O aumento no número de startups apoiadas por capital de risco na Europa, que é mais do que o dobro do Japão per capita, destaca a diferença significativa entre os dois mercados.

Os investidores japoneses têm uma preferência particular por setores que envolvem inovações científicas e de engenharia. Isso se alinha com a tendência global de crescimento em deep tech, onde as startups estão desenvolvendo soluções avançadas em áreas como energia, defesa e inteligência artificial. O interesse japonês por startups europeias é um reflexo de uma busca por oportunidades mais robustas e escaláveis.

Desafios e oportunidades na colaboração Japão-Europa

Apesar do entusiasmo, existem desafios a serem superados. A barreira do idioma e diferenças culturais podem dificultar a colaboração entre empresas japonesas e europeias. Sohara menciona que a fluência em inglês no Japão não é comum, o que pode resultar em mal-entendidos e complicações nas parcerias. Entretanto, a disposição dos investidores japoneses em construir relacionamentos sólidos e compreensivos é um aspecto positivo que pode facilitar a comunicação e a colaboração.

Sarah Fleischer, co-fundadora da startup Tozero, destaca que o know-how industrial e de manufatura das empresas japonesas pode ser um diferencial crucial para o crescimento das startups europeias. Com um histórico de acumulação de capital e uma forte presença na cadeia de suprimentos de minerais críticos, os investidores japoneses estão bem posicionados para apoiar a transição energética na Europa.

O futuro da inovação tecnológica

O futuro parece promissor para a colaboração entre Japão e Europa. Projeções indicam que os investidores japoneses devem participar de rodadas de financiamento que totalizam cerca de 3 bilhões de euros em 2025, embora isso represente uma queda em relação ao ano anterior. No entanto, o crescente interesse em construir laços mais fortes com o mercado europeu sugere que a colaboração pode se intensificar nos próximos anos. À medida que a dinâmica política e econômica global evolui, o Japão se posiciona como um importante ator no cenário tecnológico europeu, oferecendo uma combinação única de capital, experiência industrial e inovação.

Em um mundo onde a incerteza política e as relações comerciais estão mudando rapidamente, a parceria entre Japão e Europa pode proporcionar uma ponte para novas oportunidades e inovações no setor tecnológico, beneficiando ambas as regiões e criando um ecossistema mais robusto e colaborativo.

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