Descoberta da NASA sobre plasma quente na fronteira do sistema solar

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Sondas Voyager revelam novas informações sobre a heliopausa

A NASA revelou uma zona de plasma quente na fronteira do sistema solar, obtida pelas sondas Voyager.

A NASA confirmou que as sondas Voyager 1 e 2 atravessaram uma zona de plasma quente na heliopausa, com temperaturas variando entre 30 mil e 50 mil Kelvin. Essa zona é crucial, pois separa a heliosfera, a bolha formada pelo vento solar, do meio interestelar. O cruzamento pela Voyager 1 ocorreu em 2012, enquanto a Voyager 2 fez o mesmo em 2018.

As sondas registraram um aumento significativo na densidade de plasma e uma elevação na energia das partículas. Apesar das altas temperaturas, a baixa densidade do plasma impediu qualquer dano às naves. A heliopausa, que pode variar de posição conforme a atividade solar, foi cruzada pela Voyager 1 a 121 unidades astronômicas do Sol e pela Voyager 2 a 119 UA.

A heliosfera desempenha um papel fundamental na proteção do sistema solar contra raios cósmicos galácticos. O vento solar cria essa bolha magnética, que se estende além da órbita de Plutão. Na heliopausa, ocorre um equilíbrio entre a pressão do vento solar e o meio interestelar. As sondas mediram um plasma mais denso no lado externo, com aproximadamente 0,039 elétrons por cm³, comparado a uma densidade interna de cerca de 0,002 cm⁻³.

Aumentos de densidade e temperaturas

Em agosto de 2012, a Voyager 1 detectou um salto na densidade de plasma, registrando 80 vezes mais elétrons do que no interior da heliosfera. A Voyager 2 confirmou esses dados em novembro de 2018. Ambas as sondas observaram que o campo magnético estava alinhado entre os lados da fronteira, o que aponta para uma continuidade entre a heliosfera e o meio interestelar. Essa observação foi feita através dos magnetômetros instalados nas sondas.

A região de transição, conhecida como “parede de fogo”, possui uma largura de cerca de 1,5 UA, onde partículas solares e interestelares se misturam. O plasma se aquece devido à compressão e à reconexão magnética. Essa “parede de fogo” é resultante da colisão entre os ventos solares e interestelares, refletindo altas temperaturas que correspondem à energia cinética das partículas. A baixa densidade nessa região contribui para a proteção das naves, pois equivale a um vácuo com poucas colisões de partículas.

Dados e descobertas das sondas Voyager

Ambas as sondas, Voyager 1 e Voyager 2, mediram o campo magnético paralelo dentro e fora da heliopausa. A mudança esperada no campo magnético era maior do que a observada, o que indica uma continuidade entre as regiões. A Voyager 2, especialmente, forneceu dados diretos de plasma, confirmando o alinhamento e a densidade externa.

Essa descoberta é significativa, pois altera modelos existentes sobre a interação entre o vento solar e o meio interestelar. As sondas Voyager, lançadas em 1977, inicialmente estudaram os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, mas agora estão enviando informações de mais de 24 bilhões de quilômetros percorridos. Os instrumentos que permanecem operacionais continuam a medir plasma, raios cósmicos e campos magnéticos, com energia nuclear permitindo a operação até 2030.

Impacto das descobertas na compreensão da heliopausa

Esses dados refinam a compreensão da dinâmica da heliopausa, onde a interação entre as diversas regiões se torna cada vez mais clara. A NASA informou, ainda, sobre a descoberta da “parede de fogo” com temperaturas de até 50 mil graus na fronteira interestelar, revelando a complexidade e a riqueza do ambiente que as sondas Voyager estão explorando. Com isso, a pesquisa sobre a heliopausa continua a avançar, oferecendo novos insights sobre a estrutura e a proteção do nosso sistema solar.

Fonte: www.mixvale.com.br

Fonte: Tada Images / Shutterstock.com

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