Desastres climáticos em ascensão: especialista alerta para a urgência de ações

Carlos Nobre destaca a importância de medidas contra o aquecimento global

Carlos Nobre alerta que desastres climáticos podem se intensificar sem ações efetivas.

Desastres climáticos em ascensão: a urgência de ações

O meteorologista Carlos Nobre, em entrevista ao CNN Novo Dia, alerta que os desastres climáticos, como o recente tornado devastador no Paraná, tendem a se tornar mais frequentes e intensos se medidas efetivas contra o aquecimento global não forem tomadas. A análise de Nobre é fundamentada em dados científicos que mostram a correlação entre o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera e a intensificação de eventos climáticos extremos.

O especialista explica que a maior quantidade de energia disponível no ambiente, resultante da elevada evaporação de vapor d’água dos oceanos, gera um aumento na formação de nuvens e na liberação de energia. Esse processo potencializa fenômenos meteorológicos em todo o planeta, tornando a situação cada vez mais alarmante.

A COP30 e a necessidade de ações imediatas

Nobre destaca a importância da COP30, programada para ocorrer em Belém, como um momento crucial para acelerar a redução das emissões globais. Os dados recentes indicam que a temperatura global já atingiu 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por 21 meses consecutivos, o que ressalta a urgência de ações mais ambiciosas por parte das nações. “Isso significa que a gente não pode esperar até 2050 para zerar as emissões”, afirma Nobre. Segundo ele, a inação pode levar a um aumento superior a 2°C, o que seria catastrófico, caracterizando um verdadeiro ecocídio.

O potencial do Brasil e a proteção da Amazônia

Em um estudo recente apresentado na Academia Brasileira de Ciências, pesquisadores indicam que o Brasil possui potencial para zerar suas emissões líquidas até 2040, podendo se tornar um dos pioneiros nessa meta. Contudo, isso requer uma mobilização urgente e coordenada entre todos os setores da sociedade.

Nobre expressa ainda sua preocupação com a Amazônia, destacando que este bioma crucial está próximo do ponto de não retorno. Com cerca de 17% a 18% de área desmatada em toda a região, e 22% considerando apenas a parte brasileira, a situação é alarmante. O sul da floresta já apresenta sinais preocupantes, como uma estação seca que se prolonga de 4 a 5 semanas, além de uma seca 20% a 30% mais intensa e temperaturas até 3 graus mais elevadas.

Consequências do desmatamento

Se a Amazônia ultrapassar esse limite crítico, projeta-se que em um período de 30 a 50 anos, cerca de 70% da floresta poderá ser perdida. Este ecossistema é fundamental para o equilíbrio climático global, armazenando mais de 150 bilhões de toneladas de carbono e mantendo um sistema eficiente de reciclagem de água que afeta os regimes de chuva em várias regiões da América do Sul. Portanto, ações imediatas são essenciais para evitar um colapso ambiental.

O alerta de Nobre é claro: a inação frente aos desastres climáticos não é uma opção. A colaboração entre governos, cientistas e sociedade civil é imprescindível para que o planeta não enfrente consequências ainda mais severas.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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